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Conheça Ester, a brasileira que ensina coreano nas redes sociais

Ester compartilha sua jornada desde a descoberta do interesse até se tornar uma fonte de dicas valiosas para quem quer aprender coreano

Ester, uma curitibana de coração e espírito nordestino, traz uma mistura encantadora de culturas e sotaques em sua jornada. Com 23 anos, ela encontrou sua paixão pelo coreano através do K-pop, desafiando-se a compreender as letras e mergulhar no idioma. Atualmente, além de cursar Marketing, ela se dedica ao ensino do coreano e compartilha suas descobertas no Instagram, inspirando outros aprendizes.

Ela compartilhou como o fascínio pelo K-pop a conduziu à descoberta do coreano e como o seu interesse crescente pelos K-dramas reforçou seu compromisso com os estudos. Ela destaca a constância como um desafio principal. Além disso, encontrar equilíbrio entre faculdade, trabalho e estudos exigiu tempo e ajustes.

Sua experiência ao se preparar para o TOPIK (Test of Proficiency in Korean) foi marcada por aprendizados e direcionamento, levando-a a atingir o nível 2 e planejar o próximo em 2024.


Ester compartilha dicas de coreano em seu perfil no Instagram.
Ester compartilha dicas de coreano em seu perfil no Instagram.

Confira a entrevista

KMBR: Poderia nos contar um pouco sobre sua vida pessoal, quem é a Ester? Onde você cresceu?”

Ester: Claro, vou me apresentar um pouquinho pra vocês!

안녕하세요, eu sou a Ester. Tenho 23 anos e atualmente moro pertinho de Curitiba.

Faz onze anos que eu moro aqui, mas eu nasci no nordeste, lá no Piauí, e em 2012 minha família se mudou pra cá. Meu sotaque é uma mistura de muitos lugares porque morei em SP um tempinho também, e acabou que virou uma salada de todos os lugares que eu já passei hehe 

Atualmente eu estou cursando faculdade de Marketing e sou apaixonada por esse universo! (apesar de estar seguindo uma carreira um tanto diferente dessa área hehe). Mas, é algo que faz meu coração vibrar bastante e tem me ajudado a me levar em direção à vida que quero viver 🙂 

Sou apaixonada pela cor azul e gatinhos (inclusive tenho um que se chama Estevam). Sou super fã de clichês românticos (e acho até que os doramas me fizeram gostar ainda mais!). Gosto muito de dançar também e poderia assistir o filme “de repente 30” até o fim da minha vida sem nunca cansar – é o meu preferido hehe! Sou uma pessoa bastante curiosa e sempre que algo desafiador ou novo cruza o meu caminho, eu me sinto muito empolgada em saber mais. Prazer em conhecer!!!

KMBR: O que despertou seu interesse pela língua e cultura coreana?

Ester: Em 2017 eu acabei conhecendo o Shinee e fiquei encantada pelas músicas e pelas coreografias. Era o sentimento de encontrar algo super diferente do que eu estava acostumada a consumir, e ao mesmo tempo era curioso – o kpop em si tem uma identidade que é só dele e isso me fascinou bastante! – Nessa época eu também ouvia muito a música “Face” do Nuest e fiquei tão viciada que pensei, “cara, vou pegar a letra pra eu conseguir cantar tudo certinho”. 

Antes de conhecer a Coreia eu gostava de algumas músicas de anime e, mesmo sem saber ler em japonês, eu conseguia me virar de boas em ler a forma “romanizada” do idioma. Achei que seria de boas assim com o coreano também, mas sofri muito (risos).

A romanização do coreano é confusa e, por ser baseada na fonética de outros idiomas (tipo o inglês), tem sons que são escritos de uma forma diferente do que é pronunciado e, para quem não sabia muito bem como se lia aquilo, essa tentativa de ler a letra da música me deixou muito frustrada na época.

E em um belo dia eu tomei uma certa coragem e motivação para fazer aquilo dar certo (já que eu queria realmente cantar tudo certinho). Então pensei: “vou aprender coreano!”. 

Alguns anos se passaram desde essa motivação inicial e, hoje o coreano é uma parte muito importante de quem eu sou e da minha vida, tanto que até se tornou o meu trabalho! Jamais imaginaria isso lá no comecinho!

KMBR: Houve algum momento específico ou influência que te motivou a começar a estudar?

Ester: Realmente meu maior “motivador” foi esse período que estava escutando muito “Face” e estava com dificuldades de ler a letra romanizada. Depois de um tempo eu conheci os doramas, mas nesse período eu já estava estudando, e foi só uma motivação a mais pra continuar.

KMBR: Quais foram os maiores desafios que você enfrentou no aprendizado?

Ester: O maior de todos para mim foi a constância. Antes de aprender o coreano eu já tinha me aventurado 1 ano estudando alemão sozinha e espanhol também. Mas eu tinha muita dificuldade em me encontrar naquilo que eu deveria fazer e em como estudar.

No começo tudo foi feito muito no escuro e, porque eu não sabia como me organizar direito para conciliar faculdade, trabalho e estudos, acabava pecando bastante em ter constância (perdi bastante tempo revendo as coisas do comecinho porque, quando eu voltava para estudar, já tinha esquecido a maior parte.

Ainda tenho períodos caóticos em que as coisas desandam, mas, diferente desse tempo, eu já consigo entender o que preciso fazer e como passar por essas situações sem prejudicar a rotina de estudo.

KMBR: Como foi a experiência de se preparar para o TOPIK?

Ester: Confesso que a primeira vez que eu fiz a prova foi muito na base do “segura na mão de Deus e vai” (risos). Nessa época eu estava me sentindo muito estagnada com os estudos e estava querendo desistir. Aí pensei: “eu posso fazer a prova, ver como me saio, saber em que nível eu estou e, dependendo do resultado, saber o que posso melhorar”.

Fiz a prova com esse pensamento, sem cobranças e sempre pensando: “vamos com o que temos hoje, depois alinhamos nossas metas…”. O resultado saiu e eu fiquei muito feliz pois agora tinha um norte do que precisava melhorar (além de saber como a prova funcionava e o que eu deveria me atentar mais nas próximas edições).

Nessa primeira prova eu fui bem no listening, mas na parte de reading foi só o fiasco (risos). Então eu comecei a estudar mais vocabulários, aprender mais gramáticas e fiz vários simulados com a prova para ir medindo meu progresso.

Essa primeira vez foi em 2021 e, esse ano fiz a prova novamente. Fiquei muito feliz com o resultado pois deu tudo certo para o objetivo que eu tinha traçado: o nível 2! Agora estou em busca da certificação do próximo nível em 2024. Estou focando mais na parte de vocabulários – já que na gramática tenho uma base boa, e praticando bastante com simulados também! Às vezes é cansativo, mas sei que faz parte do processo :))

KMBR: O que te motivou a começar a compartilhar dicas de aprendizado de coreano no Instagram?

Ester: Inicialmente eu só queria encontrar um espacinho onde eu pudesse falar sobre a Coreia e sobre os meus estudos sem ser julgada ou ser alvo de piadas. Naquela época eu me sentia muito só e, nenhuma das pessoas do meu ciclo de amizade gostava de kpop, dorama ou qualquer coisa relacionada à Coreia. Então eu não tinha alguém para compartilhar coisas novas que eu aprendia, coisas engraçadas que tinha no coreano e nem sobre o quanto a cultura coreana era fascinante.

Não lembro o que realmente me motivou na época, porque eu mal usava o Instagram e nem sabia que tinha esse nicho de “studygram”, mas em abril de 2021 eu decidi começar a postar sobre o coreano e cá estamos nós. O tanto que eu aprendi e evoluí desde esse dia é imensurável, tanto em relação ao próprio idioma quanto ao fato de entender como funciona o processo de aquisição de uma nova língua.

Eu encontrei a “minha galera” e meu objetivo hoje é ajudar quem está passando pelas mesmas dificuldades que eu já passei, bem como espalhar esse idioma lindo para o mundo.


Ester Coreano
Perfil de Ester no Instagram

KMBR: Como é a sua interação com os seguidores? Você recebe muitas perguntas sobre aprender coreano?

Ester: Sempre recebo mensagens carinhosas do tipo “seu vídeo me inspirou a continuar estudando”. E outras que me inspiram muito também, com histórias de superação, de coragem, de micos (a gente passa tantos kkkkk), de pequenas <grandes> conquistas ou até de medos, inseguranças e dias ruins – tudo isso é uma troca importante pra mim porque também passo pelo mesmo!

Algumas vezes alguns migos (como Ester chama seus seguidores) falam “achei que você não fosse responder”, eu demoro um pouquinho por conta da correria, mas sempre que posso vou lá nas dm’s para trocar ideias, experiências e ajudar com algo – é sempre uma troca importante para eu saber quais conteúdos trazer, o que posso contribuir com aquilo que aprendi e uma ótima oportunidade para aprender algo novo também!

E de longe a pergunta que mais recebo com certeza é: “eu quero aprender coreano, por onde eu começo?”. Acho incrível sempre que recebo essa mensagem! 

KMBR: Você tem alguma história interessante ou momento marcante com seus seguidores que gostaria de compartilhar?

Ester: Acho que pode parecer algo pequeno, mas meu coração sempre fica quentinho quando recebo mensagens de alguns migos falando que conseguiram entender algo que estava em coreano ou que tiveram uma experiência legal para usar o idioma no dia a dia. Eu amo as pequenas conquistas e, receber mensagens desse tipo me inspira muito a continuar! Sempre são momentos marcantes pra mim assim como são pra eles.

KMBR: Quais métodos ou recursos você considera mais eficazes para aprender coreano?”

Ester: Para mim o melhor método é a prática alinhada ao conhecimento teórico! Costumamos focar só em aprender gramática e vocabulário e acabamos esquecendo da importância de se desenvolver colocando esse aprendizado em prática. A prática é o que nos permite errar, melhorar, ajustar, aprender algo novo e continuar. Poderia passar anos estudando o coreano, mas se eu não usasse aquilo que aprendi, seria um tempo em vão.

Tem um trecho num livro que estou lendo esses dias que diz assim: “Lembre-se de que aprender e não fazer na verdade é não aprender. Saber e não fazer na verdade é não saber” (Stephen R. Covey – “Os 7 hábitos das pessoas altamente eficazes”) – a prática é que faz “a magia acontecer”.

KMBR: Como você organiza sua rotina de aulas?

Ester: Eu já tenho um cronograma com os conteúdos que vou ensinar previamente estabelecidos, mas cada semana vou adaptando ao que está mais “enroscado” para cada aluno. Como cada um tem objetivos e dificuldades individuais, cada semana vou ajustando para ajudar da melhor forma!

Se algum assunto ficou muito confuso ou teve alguma dificuldade em alguma atividade ao longo da semana, eu trago para a aula novamente para fazermos juntos e sanar todas as dúvidas.

KMBR: Há algum erro comum que você acha que os aprendizes de coreano deveriam evitar?

Ester: Buscar “estar pronto/perfeito” para usar o que tem. Seja nos níveis iniciantes ou nos mais avançados, o medo de errar e de “não ser perfeito” sempre nos paralisa. Entender que errar não é o fim do mundo e, cada erro é uma oportunidade de melhoria e  aprendizado, pode ajudar a diminuir esse fardo.

Sempre vai existir alguém que sabe mais, sempre vamos cometer um erro de pronúncia, sempre vamos errar em algum ponto gramatical – isso acontece até no nosso idioma nativo, por que com o coreano seria diferente?

Mas é importante não deixar isso nos privar de experiências com o idioma. Não precisamos estar perfeitos, podemos usar aquilo que temos hoje, mesmo que ainda seja pouco, mesmo que ainda seja meio enroscado.

KMBR: Além do seu interesse pelo coreano, quais são seus hobbies ou atividades que você gosta de fazer no seu tempo livre?

Ester: Eu gosto muito de dançar e fazer atividade física. Seja uma caminhada, jogar basquete ou uma aula de dança, gosto de qualquer coisa que possa me colocar em movimento. Também costumo ler e estudar sobre temas que eu tenho curiosidade tipo branding, neurociência e design.

KMBR: Há alguma figura pública ou personalidade cultural, seja brasileira ou coreana, que te inspira ou influencia de alguma maneira?

Ester: O Taemin é um nome que facilmente me vem à mente.Tanto como pessoa quanto como artista ele me inspira muito. Ele é uma pessoa super humilde e também ambiciosa e sonhadora. Sempre penso o quão incrível é a capacidade que ele tem de deixar uma “assinatura pessoal única” em cada trabalho que ele se propõe a fazer – de longe dá pra saber que é o Taemin!

E, falando aqui do Brasil, eu me inspiro muito no Whindersson Nunes. O fato dele ser do mesmo estado que eu nasci colabora para esse processo, mas o que me inspira é a capacidade de criação e de se reinventar que ele tem!

Ele sempre surpreende, ele sempre tá fazendo algo fora da zona de conforto, ele sempre tá se desafiando e criando algo novo a partir do zero, eu quero ser alguém assim! 

KMBR: Quais conselhos você daria para quem está começando a aprender coreano agora?

Ester: O primeiro conselho é: seja curioso!

Quer você esteja fazendo aulas particulares, estudando sozinho ou em um curso online, procurar novas informações, procurar novos recursos é uma parte essencial para conseguir se desenvolver. Quando éramos crianças vivíamos perguntando “porquê, porquê e porquê” para os nossos pais e, quanto mais sabíamos, mais curiosos éramos! A curiosidade te conduz a caminhos que talvez você jamais imaginasse existir.

E o segundo conselho é: pense nos pequenos passos!

Muitas vezes por conta da correria não conseguimos manter uma rotina “ideal” e, por estarmos presos na ideia de que é preciso fazer muito para ter resultado, acabamos não fazendo nem o mínimo possível.

Pense um dia de cada vez, um passo de cada vez. Se você só tem 10 minutos disponíveis hoje, use eles! Se você só consegue estudar 15 minutos por dia, faça isso! O pouquinho importa, e são os pequenos passos que te levam pra longe!

Se quiser conhecer mais sobre o trabalho de Ester, siga no Instagram!

Foto Destaque: Ester ensina coreano através das redes sociais. Reprodução/Divulgação

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