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Ministério da Saúde rejeita demandas finais de médicos

O Ministério da Saúde sul-coreano rejeitou as demandas exigidas pelos médicos que, assim, entraram de greve por tempo indeterminado

Neste domingo (16), o Ministério da Saúde da Coreia do Sul rejeitou a proposta final dos médicos que pedia o abandono do plano de aumento de cotas para o ingresso nas escolas de medicina. O governo afirma que essa exigência não está na alçada dos médicos e, por isso, não é apropriado que eles a façam.

Ainda neste domingo, a Associação Médica Coreana enviou um ultimato ao governo, em que declararam que seus integrantes suspenderam seus serviços por tempo indeterminado. A associação é a maior coalizão de grupos médicos da Coreia do Sul, com cerca de 140 mil membros. 

O Ministério da Saúde afirmou que manterá sua posição em relação ao plano inicial e pediu que os médicos buscassem soluções através da comunicação e não por manifestações e greves. Em seguida, a associação exigiu que o governo coreano reiniciasse as discussões em relação à proposta de aumentar o número de vagas nas faculdades de medicina.

Além disso, pediram que revissem o pacote de saúde essencial do estado e cancelassem as ordens executivas impostas sob médicos residentes e estudantes. Além disso, pediram que o governo interrompesse todos os processos judiciais sobre eles.

Próxima greve contra a decisão do governo

Aproximadamente 50% dos médicos de quatro grandes hospitais afiliados à Universidade Nacional de Seul (SNU) estão planejando uma greve com início na próxima segunda-feira (17), sem previsão de término. Uma pesquisa realizada pelo Comitê de Emergência de Professores de Medicina da SNU mostrou que, de 970 professores, 529 decidiram reduzir ou suspender o atendimento ambulatorial, assim como adiar cirurgias. 

A greve acontece em meio ao pedido dos médicos que o governo retire as medidas administrativas para punir residentes que deixaram seu trabalho desde fevereiro. A saída em massa aconteceu em resposta ao possível aumento de cotas de admissão nas faculdades de medicina.


Ministério da Saúde
Médicos residentes fazem protesto para que o governo anule aumento nas cotas de admissão para faculdades de medicina. Reprodução/Reuters

Mesmo que os serviços de emergência e tratamento de pacientes em estado grave permaneçam ativos, as preocupações acerca das lacunas no atendimento médico vêm aumentando. Dessa forma, o primeiro-ministro Han Duck-soo instou que os médicos não realizassem a greve planejada para esta semana. 

“Há algo que deixa uma cicatriz profunda em toda a nossa sociedade e destrói a confiança construída ao longo de décadas entre médicos e pacientes”, disse o político durante uma reunião neste domingo em resposta ao último pedido da associação.

Han reiterou que o governo não punirá os médicos residentes que retornarem ao trabalho agora. Porém não pode anular uma medida conforme a Constituição e a lei. Assim, a partir de segunda-feira (17), o governo estará operando um sistema de rotação de plantões em nível nacional. Este serviço buscará atender doenças graves e de emergência, com o objetivo de reforçar o sistema de atendimento.

Foto destaque: Médicos sul-coreanos. Reprodução/Yonhap

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