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Trabalhadores imigrantes sofrem com atrasos salariais na Coreia

Imigrantes na Coreia do Sul dependem da ajuda do governo para receber salários

Imigrantes que buscam trabalho e melhores condições de vida na Coreia do Sul enfrentam chefes abusivos e longos atrasos nos pagamentos. De acordo com a legislação do país, o governo pode intervir nesses casos, adiantando os valores devidos aos trabalhadores e buscando posteriormente o ressarcimento com os empregadores. Apesar dessa proteção legal, a K-COMWEL (Serviço de Compensação e Bem-Estar dos Trabalhadores da Coreia) afirma que o número de intervenções do governo dobrou em quatro anos.

Documentos fornecidos pela organização e apresentados ao partido People Power Party na última segunda-feira mostram que o total de salários atrasados pagos pelo governo aumentou de 40,3 bilhões de wons (R$ 177 milhões de reais) em 2019 para mais de 79 bilhões de wons (R$ 347 milhões de reais) em 2023. Os proprietários de pequenas empresas, com quatro ou menos funcionários, foram responsáveis por 39 bilhões de wons (R$ 170 milhões de reais), ou cerca de metade do montante de 2023.


Mulher imigrante trabalhando em fábrica têxtil sul-coreana. Reprodução/ Eco Business


No que diz respeito aos setores econômicos, a indústria de manufatura lidera a lista de atrasos salariais, seguida pelo setor da construção civil. Ambos são fortemente dependentes de mão de obra estrangeira, especialmente de trabalhadores de países vizinhos em desenvolvimento, como Índia e Taiwan. Esses imigrantes, principalmente os em situação irregular, tornam-se alvos fáceis de empresários mal-intencionados e hesitam em denunciar os abusos por medo de represálias ou de perder seus vistos de trabalho.

Em um comunicado à imprensa, a deputada do partido People Power Party, Kim So-hee, pediu à K-COMWEL que intensifique os esforços para garantir que os empresários paguem suas dívidas à organização. “Devemos apoiar os trabalhadores estrangeiros que foram vítimas dessa prática, mas, ao mesmo tempo, a organização deve melhorar seu sistema para minimizar os pagamentos feitos em nome desses empregadores, fortalecendo, por exemplo, a supervisão trabalhista”, afirmou a parlamentar.

Com a maioria dos sul-coreanos ocupando cargos de nível superior, a economia da Coreia do Sul necessita cada vez mais da mão de obra estrangeira. Ainda assim, a questão dos atrasos salariais afeta uma parcela significativa da população imigrante no país. Para combater as práticas maliciosas dos empresários locais, o governo planeja reforçar campanhas de fiscalização e conscientização, com o objetivo de garantir que os trabalhadores não coreanos conheçam seus direitos e possam buscar assistência.

Foto Destaque: Trabalhadores imigrantes em plantação de hortaliças na Coreia do Sul. Reprodução/ The New York Times

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