Com a queda da taxa de natalidade, escolas infantis viram lar de idosos
O declínio na taxa de natalidade da Coreia tem obrigado os idosos a ocuparem lugares que eram destinados às crianças
A queda na taxa de natalidade da Coreia tem feito com que os idosos passem a ocupar lugares que eram destinados às crianças, transformando jardins de infância, por exemplo, em casas de repouso. Um jardim de infância de 40 anos em Gwangju passou por essa transformação.
As instalações se tornaram um playground para idosos de 80 entre 90 anos. O jardim de infância, que antes contava com mais de 150 alunos matriculados. Teve que reduzir o tamanho das salas de aula devido à contínua falta de alunos após 2018.
“Devido à queda elevada nas taxas de natalidade desde os anos 2010 e mais a pandemia de Covid-19, tive que fechar o jardim de infância. Com uma queda tão alta no número de alunos, tive que demitir 11 ex-funcionários. Restando apenas seis funcionários”, disse Lee Min-suk, 56 anos, ex-dono do jardim de infância.
“É um tanto angustiante sempre que ouço falar de alguém que frequentou minha instituição e faleceu”, concluiu o dono da casa de repouso.
Estatísticas de nascimentos
Segundo as estatísticas da Coreia, a taxa de fertilidade total do país vem atingindo um decline gigante, visto que o número médio de nascimentos esperados de uma mulher durante seus anos reprodutivos caiu muito.
Continuou a diminuir sem recuperação, atingindo 0,78 em 2022, o que em 2023 se tornou menor ainda. E, juntamente com a queda nas taxas de natalidade, menos pessoas estão se casando atualmente, acelerando o envelhecimento da sociedade.
Conforme os dados de 2022 do Statistics Korea, apenas 1,03 milhão de casais recém-casados registraram seu casamento nos últimos cinco anos, uma baixa recorde desde que o governo começou a rastrear.
O número foi de 1,1 milhão em 2021 e 1,47 milhão em 2015. O Ministério do Interior e Segurança disse que havia 51,32 milhões de coreanos até o final de 2023.
Providências tomadas
A Coreia está vivenciando uma diminuição populacional nos últimos quatro anos nefasta, pois é uma situação em que as mortes estão superando o número de nascimentos. Em 2023, um total de 353.920 coreanos morreram e 235.039 bebês nasceram.
“Se jardins de infância, creches e pediatrias continuarem fechando assim, isso vai agravar a situação em que as pessoas evitam a gravidez”, disse Choi Seul-ki, professora na Escola de Políticas Públicas e Gestão da KDI.
Incentivos e políticas de apoio que possam impulsionar as taxas de natalidade vêm sendo adotados, assim como a recente proposta de aumentar os subsídios para cuidados infantis e aumentar os beneficiários, como: auxílios para novos pais, creches extras, educação subsidiada ou gratuita, licença parental e incentivos fiscais.
Embora seja difícil quantificar exatamente quanto custaram essas políticas, o presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, disse recentemente que seu país gastou mais de US$ 200 bilhões (R$ 1 bilhão) nos últimos 16 anos tentando aumentar a população.
Foto Destaque: antiga creche em Gwangju. Reprodução/koreajoongangdaily/HWANG HEE-KYU
