Seul diz que plano em liberar água de Fukushima segue os padrões internacionais
Após um analise feita em um período de 22 meses sobre o plano de descarga de água de Fukushima, o governo diz que o mesmo atende aos padrões internacionais incluindo a AIEA.
O governo coreano disse na sexta-feira que o plano do Japão para liberar água contaminada da Usina Nuclear Fukushima Daiichi contaminada, atende aos padrões internacionais, incluindo os da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
O governo fez esse anúncio ao revelar uma própria análise de 22 meses sobre o plano de descarga de água. Também foi acrescentado que o governo respeita a análise da AIEA sobre as águas residuais de Fukushima, onde a agência avaliou que o sistema geral de processamento de água atende aos padrões de segurança e que a água não teria causaria um grande impacto radiológico nos seres humanos e no meio ambiente.
“Conforme o governo analisou o plano de liberação de águas residuais do Japão, a concentração total de materiais radioativos atende aos padrões de descarga marinha“, disse o ministro de Coordenação de Políticas Governamentais, Bang Moon-kyu, em entrevista coletiva.
“Para o trítio, a análise detectou níveis ainda mais baixos do que os padrões japoneses, atendendo aos padrões internacionais, incluindo os da AIEA.“
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Bang continuou que a análise foi baseada na premissa de que a água é tratada conforme planejado, e a consideração final só seria possível depois que o Japão revelasse seu plano de lançamento final e a Coreia confirmasse sua viabilidade.
No relatório, o governo sul-coreano antecipou que as águas residuais fluirão para as águas sul-coreanas apenas quatro a cinco anos após o lançamento, pois a corrente marítima está fluindo na direção oposta em direção ao Oceano Pacífico.
O ministro também disse que o governo respeita o relatório da AIEA sobre o plano de liberação. “Tem sido a postura de longa data do governo reconhecer a AIEA como uma agência de prestígio internacionalmente reconhecida, e nós respeitamos suas conclusões”, disse Bang. No entanto, os resultados da análise de sexta-feira são apenas sobre a validade do atual plano de liberação proposto pelo Japão, onde o governo irá analisar o plano final de alta de Tóquio e também fará uma revisão adicional se houver alguma alteração.
O principal partido da oposição, o Partido Democrático da Coreia (DPK), realizou uma manifestação em frente à Assembleia Nacional em Yeouido, sexta-feira, condenando o governo por priorizar as relações com o Japão sobre as ameaças à saúde pública.
“A AIEA estipulou em seu relatório que não assume nenhuma responsabilidade por quaisquer resultados e ignorou completamente os danos que os países vizinhos podem enfrentar“, disse o presidente do DPK, Lee Jae-myung. “O governo está obcecado em esconder a possível crise decorrente da liberação de água contaminada e preocupado apenas com possíveis contratempos para melhorar as relações Coreia-Japão.“
O DPK exigiu que o presidente Yoon Suk Yeol rejeitasse a análise da AIEA e exigisse que o Japão atrasasse seu plano de liberação após uma verificação científica, objetiva e neutra fosse realizada. Alguns membros menores da oposição do Partido da Justiça, realizaram uma coletiva de imprensa conjunta com a deputada Yuko Otsubaki, do Partido Social Democrata da oposição progressiva do Japão, na Assembleia Nacional, com o intuito de protestar contra o plano japonês de descarga de águas residuais.
O diretor da AIEA, Rafael Grossi, que está no Japão, vai para a Coréia na sexta-feira para uma visita de três dias, para poder se encontrar com o ministro das Relações Exteriores da Coréia, Park Jin, e com o chefe da Comissão de Segurança e Proteção Nuclear, Yoo Guk-hee. Grossi enfatizou em entrevista coletiva no Japão, que a AIEA é científica e neutra, e quer se encontrar com os políticos do DPK para falar sobre o plano de liberação.
Desastre nuclear na Usina de Fukushima
O acidente aconteceu na Central Nuclear de Fukushima I em 11 de março de 2011, devido um derretimento de três dos seis reatores nucleares da usina. A falha ocorreu quando a usina foi atingida por um tsunami devido o terremoto de 9 graus de magnitude na Escala Richter, que atingia o Japão naquele mesmo dia.
Após o desastre, a recuperação ainda é lenta, muitos idosos continuam morando na cidade devido ao apego pelo local e por não ter outro lugar para ir. O acidente foi o maior depois do acidente em Chernobyl em 26 de abril de 1986. A área em volta da usina que não pode ser mais habitada chega a 20km, porém existem muitas instalações ligadas diretamente a usina, devido a isso a área não habitada chega a 340km.
Atualmente o Japão e o governo da cidade de Fukushima investe me tecnologias em uma tentativa de recuperar industrias que foram destruídas devido o tsunami em 2011. Em contra partida a isso nenhuma política energética eficaz foi feita, mesmo os japoneses se opondo em usar novamente esse tipo de fonte energética.
Foto destaque: Ministro de Coordenação de Políticas Governamentais, Bang Moon-kyu. (Reprodução/Yonhap)