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Ranma ½: remake já está disponível na Netflix

Ranma ½ volta às telas em versão renovada, prometendo manter o charme da história original enquanto adapta elementos para um novo público

Após décadas de sucesso e uma legião de fãs ao redor do mundo, Ranma ½, criação da mangaka Rumiko Takahashi, retorna em uma nova versão produzida pelo estúdio Mappa. Famoso por seu trabalho em animes como Jujutsu Kaisen, o estúdio assumiu o desafio de trazer de volta a história do lutador que se transforma em mulher ao ser molhado por água fria, desta vez em uma produção destinada a conquistar tanto antigos quanto novos espectadores. Distribuído mundialmente pela Netflix, o remake já gera discussões sobre sua fidelidade ao material original e as mudanças necessárias para a audiência atual.

Conhecido por mesclar comédia, romance e artes marciais de maneira única, Ranma ½ marcou o Japão desde sua estreia em mangá na década de 1980. Agora, o novo anime respeita a obra original, mas com algumas adaptações importantes. O primeiro episódio, já disponível na Netflix, dá uma boa amostra do que está por vir: batalhas rápidas e dinâmicas, com uma dose de humor que tanto conquistou o público nos anos anteriores.

A trajetória de “Ranma ½” no Japão e no mundo

Originalmente publicado na revista Shonen Sunday, Ranma ½ rapidamente se tornou um fenômeno cultural. O mangá e o anime da série conquistaram o Japão com vendas expressivas, rendendo até mesmo um número de episódios que, na época, foi considerado impressionante para produções do gênero: 143 no total, além de filmes e OVAs. A trama, que inicialmente parece simples, gira em torno de Ranma Saotome e seu casamento arranjado com Akane Tendo. Contudo, a narrativa logo ganha contornos excêntricos e cômicos, especialmente após Ranma cair em uma fonte amaldiçoada e adquirir a habilidade involuntária de se transformar em uma garota ao contato com água fria.



Essa premissa absurda e divertida conquistou não apenas o Japão, mas também fãs ao redor do mundo, incluindo o Brasil, onde o anime chegou a ser exibido em canais como Cartoon Network e PlayTV. No entanto, sua popularidade nunca foi apenas pela comédia. O sucesso de Ranma ½ também pode ser atribuído ao modo como a série explora relações humanas complexas, usando transformações físicas para abordar questões de identidade e papel de gênero, algo que a torna relevante até hoje.

A nova versão de “Ranma ½” e o desafio das atualizações

Com a estreia da nova versão do anime, um dos principais debates gira em torno das atualizações feitas para se adequar ao público atual. Nos anos 1980, o humor de Ranma ½ incluía muitas piadas que, hoje, poderiam ser vistas como inadequadas, como a frequente sexualização das personagens femininas e o tratamento superficial de questões de gênero. No entanto, o estúdio Mappa tomou decisões claras para suavizar esses aspectos, sem comprometer a essência da história.

Por exemplo, há uma notável diminuição nas cenas de nudez e uma abordagem mais cuidadosa em relação ao assédio entre personagens. Essas mudanças foram bem recebidas pela maioria dos fãs, que entendem a necessidade de adaptar certos elementos do enredo para o público contemporâneo, sem sacrificar a narrativa cativante e divertida que transformou Ranma ½ em um clássico atemporal.


Personagem do remake de Ranma ½ da Netflix.
Personagem do remake de Ranma ½ da Netflix. Reprodução/Divulgação/Netflix

A produção de Mappa e a expectativa dos fãs

O estúdio Mappa, conhecido por sua qualidade de animação e capacidade de equilibrar cenas de ação com momentos emocionais intensos, parece ter sido uma escolha ideal para o remake. Além disso, a decisão de manter uma grande parte do elenco de dublagem original, especialmente nas versões localizadas, ajudou a reforçar o sentimento de nostalgia para os fãs que acompanharam o anime nas décadas passadas. O novo Ranma ½ já mostrou no primeiro episódio sua habilidade de entregar lutas ágeis e emocionantes, além do famoso humor excêntrico.

Conforme a série avança, a expectativa é que o estúdio continue entregando episódios que mesclem a fidelidade ao material original com toques modernos necessários para um público mais diverso e consciente. Os próximos episódios prometem explorar ainda mais as relações entre os personagens e introduzir novas dinâmicas que podem atrair tanto os fãs antigos quanto novos espectadores.

Rumiko Takahashi e o legado de “Ranma ½”

Rumiko Takahashi já era uma autora consagrada antes de criar Ranma ½, com sucessos como Urusei Yatsura e Maison Ikkoku. No entanto, Ranma ½ consolidou sua posição como uma das mangakás mais influentes do Japão. O humor inteligente e a capacidade de criar personagens memoráveis são marcas registradas de Takahashi, e esses elementos continuam fortes na nova versão do anime. Seja pela nostalgia ou pela renovação da narrativa, Ranma ½ tem tudo para se tornar novamente um sucesso global. A mistura única de comédia, romance e artes marciais continua cativante, e as atualizações feitas pelo estúdio Mappa mostram um respeito ao legado da autora, ao mesmo tempo que abraçam a necessidade de mudança para um público contemporâneo.

O impacto cultural de “Ranma ½” no Brasil e no mundo

Não é exagero dizer que Ranma ½ influenciou uma geração de fãs de anime, tanto no Japão quanto no Brasil. Durante sua exibição nos anos 1990, o anime ganhou um espaço de destaque entre o público jovem, especialmente pela sua dublagem carismática e enredo único. Embora não tenha sido exibido em canais de grande audiência no Brasil, o anime conquistou um público fiel, que ainda hoje busca colecionar os volumes do mangá lançados pela Editora JBC. O impacto de Ranma ½ vai além de sua história ou das risadas que proporciona. A obra de Takahashi desafia conceitos de identidade e papel de gênero, abrindo discussões que ainda são pertinentes em 2024.

Foto Destaque: personagens do anime Ranma ½. Reprodução/Divulgação/Rumiko Takahashi

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