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japonês Iwao Hakamata destaque

Japonês acusado de homicídio é absolvido após 50 anos no corredor da morte

O japonês, Iwao Hakamata, foi absolvido após 50 anos no corredor da morte, com base em novas evidências que revelaram a manipulação de provas

O Ministério Público japonês decidiu não recorrer da absolvição de Iwao Hakamata, de 88 anos, acusado de um assassinato quádruplo em 1966, encerrando um caso histórico. A decisão foi tomada após o Tribunal Distrital de Shizuoka, no dia 26 de setembro, concluir que as provas usadas para o condenar haviam sido fabricadas. Hakamata permaneceu no corredor da morte por quase 50 anos, até sua libertação em 2014, com base em novas evidências. A procuradora-geral Naomi Unemoto se desculpou por mantê-lo em situação legal instável por tanto tempo.

O escritório local do Ministério Público informou que os procedimentos para renunciar ao direito de apelação começaram no dia 9 de outubro de 2024. Com essa decisão, o caso Hakamata tornou-se a quinta absolvição no Japão pós-guerra envolvendo pena de morte. Todas as absolvições anteriores também terminaram sem apelações. A irmã de Hakamata, Hideko, de 91 anos, participou ativamente do novo julgamento e disse estar aliviada com o fim do caso, embora a saúde mental de seu irmão continue frágil devido aos longos anos de encarceramento.


Irmã de Hakamata, Hideko,91 anos, cuida de seu irmão. Reprodução/CNN Brasil

O Tribunal Distrital de Shizuoka declarou que a confissão de Hakamata foi forçada sob tortura física e mental, sendo considerada inumana. Além disso, as cinco peças de roupa apresentadas como prova principal foram fabricadas pelos investigadores. Apesar da frustração dos promotores com essa parte do julgamento, decidiram não apelar para evitar prolongar ainda mais a instabilidade legal de Hakamata.

Os advogados de Hakamata agora planejam solicitar uma compensação financeira que pode ultrapassar 200 milhões de ienes, aproximadamente US$ 1,35 milhão. Eles também avaliam processar o governo central e o governo da província de Shizuoka pelos danos causados pela condenação injusta. O caso expôs falhas no sistema de novos julgamentos e interrogatórios, provocando discussões sobre a necessidade de reformas para evitar futuras condenações erradas. O ex-boxeador profissional foi preso em 1966, acusado de matar quatro membros de uma família na província de Shizuoka. A sentença foi baseada em provas forjadas, incluindo marcas de sangue encontradas em um tanque de miso 14 meses após o crime.

Foto destaque: tribunal japonês absolveu Iwao Hakamata, de 88 anos, o condenado à morte mais antigo do mundo. Reprodução/The Express Tribune

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