Governo ameaça medidas severas contra médicos que entrarem em greve
Governo ameaça médicos que afirmam insistir em greve planejada se o governo sul-coreano não aceitar suas demandas
Com a expectativa de grandes interrupções nos serviços médicos da Coreia do Sul devido a uma greve nacional de médicos na próxima semana, o governo anunciou nesta quinta-feira (13), que responderá de forma severa à greve, classificando a ação coletiva como uma “recusa ilegal de prestar cuidados médicos”. Por isso, a Associação Médica da Coreia (KMA), maior grupo de médicos do país, planeja uma greve geral de um dia na próxima terça-feira.
Igualmente, professores de medicina em grandes hospitais também iniciarão uma paralisação por tempo indeterminado a partir da próxima semana, levantando temores de uma crise médica. Ainda, a KMA exige que o governo suspenda o aumento planejado nas cotas das escolas de medicina para 2025. Enquanto isso, Jun Byung-wang, chefe de políticas do Ministério da Saúde, afirmou que os médicos que abandonarem o trabalho estarão recusando a prestação de cuidados médicos, proibida por lei.
Um paciente entra no prédio do Severance Hospital em Seodaemun-gu, em Seul, na quarta-feira (12). Reprodução/Yonhap
“A lei médica proíbe que profissionais de saúde recusem tratamento ou assistência ao parto sem um motivo justificável”, explicou Jun. “O governo responderá severamente a qualquer ilegalidade na decisão dos médicos de entrar em greve, enquanto mantém o sistema de emergência para priorizar a vida e a saúde da população.”
Governo ordena prestação dos serviços médicos
O governo emitiu ordens para que cerca de 36.000 instituições médicas em todo o país continuem prestando cuidados e notifiquem as autoridades caso decidam fechar. Além disso, ordenou que médicos particulares, que representam a maior parte da KMA com cerca de 140.000 membros, continuem atendendo. Ademais, devem reportar às autoridades até esta quinta-feira se pretendem participar da greve de um dia.
Assim, para minimizar o impacto da greve nos pacientes, Jun anunciou que o ministério abrirá uma linha direta para que os pacientes possam relatar a recusa de tratamento. Ainda, prometendo que o governo central e os governos locais farão o possível para proteger e apoiar os pacientes.
“A decisão dos médicos de entrar em greve aumenta a pressão e a ansiedade dos pacientes que aguardam tratamento e cirurgia, além de prejudicar gravemente pacientes com doenças como o câncer”, destacou Jun.
No entanto, os médicos permanecem firmes e afirmam que só desistirão da greve se o governo aceitar suas demandas. Como também, incluem o cancelamento do aumento de cotas para o ano letivo de 2025. Assim como a suspensão de penalidades para médicos juniores e estudantes que participaram de boicotes coletivos às aulas.
Por isso, Choi Anna, porta-voz da KMA, informou que a KMA apresentará suas demandas ao governo ainda nesta quinta-feira e aguardará uma resposta até a próxima terça-feira, dia da greve planejada. Ela ressaltou que esta é a “proposta unificada” do círculo médico, com apoio de grupos como a Associação de Professores de Medicina da Coreia e o comitê de emergência de professores de 20 escolas de medicina.
Foto destaque: Governo ameaça medidas severas contra médicos que entrarem em greve. Grupos de pacientes exibem cartazes contra a greve em frente à Assembleia Nacional. Reprodução/Yonhap