Em meio a greves, médicos estagiários retornam aos hospitais
Estagiários e residentes médicos lutam contra o plano do governo de aumentar o número de estudantes de medicina
Na sexta-feira, de acordo com um funcionário do Ministério da Saúde, alguns estagiários e residentes médicos retornaram aos seus locais de trabalho em SEUL, capital da Coreia do Sul. Além disso, o motivo do retorno não ficou claro, mas relatos da mídia disseram que alguns médicos juniores sofreram dificuldades financeiras devido às greves que começaram no final de fevereiro.
O segundo vice-ministro da Saúde, Park Min-soo, não forneceu detalhes sobre quantos médicos juniores retornaram aos hospitais, mas disse: “Embora não sejam muitos, um pequeno número de médicos estagiários retornaram”. Park também renovou os apelos para que os médicos juniores retornem aos hospitais, dizendo: “Não há nada que possa ser ganho através da ação coletiva. Instamos-os a retornar aos seus cargos e a cuidar dos pacientes”.
No início do dia, Park afirmou que o governo não prevê interrupções significativas nos serviços médicos, apesar dos professores médicos adotarem um dia de folga semanal em apoio aos médicos juniores. Sua declaração ressaltou a confiança na capacidade de manter a continuidade dos cuidados de saúde, mesmo diante do apoio demonstrado pelos professores médicos.
Park informou aos repórteres que, embora alguns professores de medicina tenham prometido tirar uma folga na sexta-feira, não antecipam grandes interrupções, incluindo uma suspensão total dos tratamentos médicos. Sua declaração destacou a confiança na continuidade dos serviços de saúde, apesar do compromisso demonstrado pelos professores de medicina.
Os professores de medicina, que são médicos seniores, decidiram tirar um dia de folga na sexta-feira, expressando cansaço devido à prolongada paralisação dos médicos juniores. Dessa forma, alguns professores do Samsung Medical Center, do Severance Hospital e do Seoul National University Hospital também suspenderam cirurgias e tratamentos para pacientes ambulatoriais por um dia no início desta semana.
Desafios no Sistema de Saúde
Os cinco principais hospitais desempenham um papel fundamental no tratamento de pacientes gravemente enfermos no país. Outros hospitais regionais, incluindo o Hospital Universitário Nacional de Chungbuk e o Hospital Universitário Konyang, também participaram da mudança. Os hospitais, no entanto, observaram que nenhum tratamento ambulatorial foi agendado para o dia.
Desde 20 de fevereiro, aproximadamente 12 mil médicos estagiários optaram por deixar seus postos de trabalho. Isso ocorreu como forma de protesto contra o plano de aumentar o número de estudantes de medicina em 2 mil. O movimento gerou atrasos nos tratamentos, impactando diretamente o atendimento de pacientes gravemente enfermos, com algumas salas de emergência sendo obrigadas a limitar parcialmente os cuidados.
Confronto Médico-Governamental
O governo coreano estabeleceu um comitê presidencial para resolver a crise entre os médicos e o governo. Porém, os médicos recusaram-se a participar, optando por um boicote. Embora o governo tenha expressado abertura para dialogar individualmente com a comunidade médica, os médicos têm enfrentado dificuldades para estabelecer uma representação unificada. Park observou que o governo está disposto a incluir a Associação Médica Coreana e os médicos no comitê de reforma médica. Ademais, está pronto para iniciar negociações sem restrições formais.
No entanto, as universidades locais ajustaram suas decisões de aumentar a cota combinada de admissão, reduzindo-a para cerca de 1.500 vagas, abaixo das 2.000 inicialmente permitidas pelo governo. Essa mudança ocorreu após o governo conceder às escolas flexibilidade para ajustar suas quotas de admissão dentro de uma faixa específica, entre 50% e 100% das cotas recentemente atribuídas.
Imagem Destaque: Professores de medicina realizam um protesto no Asan Medical Center em Seul em 3 de maio de 2024. Reprodução/Yonhap