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Coreanos protestam em Seul contra crimes de deepfake sexuais 

Mais de 6 mil pessoas pedem ações rigorosas contra crimes de deepfake, acusando o governo de negligenciar as vítimas

Milhares de pessoas protestaram no sábado, 21 de setembro, no Parque Marroninier, em Seul, pedindo ações mais rigorosas contra crimes de deepfake. Os manifestantes, em sua maioria mulheres mascaradas e vestidas de preto, acusaram o governo de negligenciar esses crimes e exigiram leis mais eficazes. O crime é caracterizado pela manipulação digital de imagens ou vídeos para criar conteúdo pornográfico falso, sem o consentimento da pessoa.

Os organizadores do protesto, que incluíam a “Ação Conjunta para Condenar a Violência Misógina”, afirmaram que o problema dos crimes digitais sexuais tem crescido sem uma resposta adequada do governo. Eles destacaram que, há seis anos, mulheres se mobilizaram contra filmagens ilegais e crimes sexuais digitais, mas a situação não melhorou. “Nada mudou, e até a lei está regredindo”, disseram em comunicado.

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Geralmente com auxilio de inteligência artificial, esse tipo de crime se alastra na Coreia do sul, motivo dos protestos. Reprodução/depositphotos.com / Skorzewiak

Os participantes criticaram o uso crescente desse tipo crime virtual para exploração sexual, enfatizando que a tecnologia intensificou os crimes contra mulheres. Eles argumentaram que o sistema jurídico atual é insuficiente e pediram por reformas urgentes. Além disso, ressaltaram a falta de vontade política para enfrentar o problema, cobrando mais ação por parte da Assembleia Nacional e das autoridades.

O protesto foi realizado perto da Estação Hyehwa, um local simbólico para o movimento feminista sul-coreano. Em 2018, milhares de mulheres se reuniram nesse mesmo local para exigir justiça contra crimes sexuais. Durante o evento, os manifestantes gritaram: “Dissemos para não filmarem ilegalmente, e agora estão fazendo deepfake?

Dados da Agência Nacional de Polícia mostram que 78,9% dos suspeitos presos por esse tipo de crime em 2024 são adolescentes. Além disso, aproximadamente 60% das vítimas desses crimes nos últimos três anos eram menores de idade. Os manifestantes expressaram preocupação com a segurança das mulheres e adolescentes, que vivem com medo constante de serem expostas. Eles também exigiram que o governo implemente uma regulamentação mais rígida sobre a indústria de inteligência artificial.

Foto destaque: protesto contra deepfake sexuais em Seul nesse sábado (21). Reprodução/BBC News

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