China enfrenta nova onda de fragilidade no setor econômico
Mercado de consumo interno da China enfrenta desaceleração em seu crescimento e pressiona por estímulo do governo
Na última terça-feira (14), os indicadores de crescimento das exportações na China caíram expressivamente, a atividade industrial reduziu sua produção e os fabricantes enfrentam fraca demanda interna. Números do banco central também apontam queda na aquisição de novos empréstimos bancários no mês de julho, atingindo o nível mais baixo em 15 anos. Os últimos dados sugerem que a China vai enfrentar um semestre mais complicado no mercado econômico.
O segundo trimestre de 2024 já dava sinais de desaceleração no crescimento, expandindo-se 4,7% em relação ao ano anterior. No mês de julho, uma pesquisa oficial realizada nas fábricas também destacou que a China enfrenta uma diminuição de pedidos de exportação pelo terceiro mês consecutivo, os fabricantes reduziram seus preços para manter os compradores no exterior devido à fraca demanda interna. O mercado econômico pressiona por um estímulo de 19 trilhões de dólares para conseguir concretizar as expectativas do governo de um crescimento de cerca de 5% este ano.
Fatores que apontam queda no crescimento da China
A desaceleração da economia deve-se ainda ao período pós-pandêmico, os consumidores seguem mais cautelosos com seus gastos. Ainda, outro fator importante na redução do consumo interno que a China enfrenta é que cerca de 70% das riquezas das famílias estão na posse de imóveis. O mercado imobiliário, que é um dos motores de crescimento da China, atingiu a maior redução em seus preços em 9 anos.
Mesmo com medidas de apoio para atrair mais compradores e conter a crise imobiliária, os empréstimos às famílias, principalmente hipotecas, caiu mais de 50%, 210 bilhões de yuans (29,37 bilhões de dólares) em julho, em comparação com o aumento de 570,9 bilhões em junho.
Plano de reação chinês
Na quinta-feira (15), a China vai divulgar novos dados de atividade do setor econômico. A expectativa é de um crescimento mínimo de 2,6% nas vendas do varejo em relação aos 2,0% registrados em junho do ano passado. Já para o setor industrial, aguarda-se um crescimento e investimento moderado. A previsão dos economistas é que a China realize cortes de juros até o final de 2024 para estimular o mercado interno. Mas devido a perspectiva de crescimento e da recuperação pós-pandemia não ter se concretizado, a população e as empresas devem se manter mais cautelosas para adquirir novos empréstimos.
Foto destaque: Pessoas caminhando na cidade de Pequim na China. Reprodução/Yinan Chen