Tribunal de Seul bloqueia documentário “First Defense”
Em decisão primordial, o Tribunal de Seul se posicionou contra o lançamento do documentário alegando que poderia abordar uma perspectiva “tendenciosa”, correndo o risco de trazer mais danos à vítima.
ATENÇÃO: o conteúdo a seguir pode ser perturbador para algumas pessoas por se tratar de assédio sexual, suicídio e auto-mutilação.
De acordo com o tribunal, a decisão priorizou a proteção da dignidade da vítima em detrimento da liberdade de expressão, embasada em conclusões da Comissão Nacional de Direitos Humanos e do Tribunal Administrativo de Seul, que categoricamente classificaram a conduta de Park como assédio sexual.
O documentário retrata alegações de assédio sexual contra o falecido ex-prefeito, Park Won Soon, por parte de sua secretária, entre 2016 e 2018. Park atuou na administração da capital da Coreia do Sul de 2011 a 2020.
O então prefeito tirou sua própria vida em 10 de julho de 2020, alguns dias após o escândalo vir à tona.
O documentário
O filme é uma adaptação do livro ‘Nascimento da Tragédia’, lançado em 2021, escrito pelo repórter do Oh My News, Son Byung Kwan.
O livro é, por si só, polêmico, porque existem indícios de que o autor defende algumas ações inapropriadas de Park Won Soon. A produção do documentário começou pouco tempo depois do lançamento do livro.
Assédio Sexual na Coreia do Sul: tabu?
Nos últimos anos, as discussões sobre assédio sexual têm crescido no território sul-coreano, principalmente dentro do ambiente de trabalho. O crescimento se dá pelo aumento nas denúncias, depoimentos e indignação pública.
O caso envolvendo o falecido ex-prefeito de Seul é um só entre vários outros casos. Cada dia que passa, é possível ver mais e mais denúncias como essa vindas de trainees e artistas consagrados contra CEOs e managers e, também, denúncias de pessoas “comuns” contra pessoas famosas.
É um novo passo para os sul-coreanos, ainda estão sendo criadas leis e punições para crimes de aspecto sexual, mas espera-se que, logo, esses criminosos não saiam impunes.
Foto: Reprodução/Koreapost