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Portão da frente da Escola Primária Seoi, no sul de Seul, com mensagens de condolências em homenagem a professora. Reprodução / Yonhap

Governo reconhece morte de professora como cumprimento de dever

Governo sul-coreano reconhece morte por suicídio de professora de ensino fundamental como cumprimento de dever

Nesta terça-feira (27), o governo sul-coreano reconheceu a morte por suicídio de uma professora de ensino fundamental, após alegado assédio por parte dos pais de seus alunos, como sendo em cumprimento do seu dever. A família enlutada da falecida informou a alguns conhecidos na comunidade educacional sobre a decisão do governo que lhes foi comunicada.

Sobre o caso

A professora sul-coreana Lee Min-so, de 23 anos, lecionava para alunos da primeira série na Escola Primária Seoi, uma escola de bairro nobre em Seul. Em 5 de junho do ano passado, ela descreveu em seu diário o medo que tomava conta de seu corpo quando entrava em sala de aula. Ela expressou: “Sinto meu peito apertado. Tenho a sensação de que vou cair em algum lugar. Não sei sequer onde estou.”

Posteriormente, em 3 de julho, Lee escreveu que estava tão sobrecarregada com as demandas do trabalho que “queria abandonar tudo.”

Duas semanas depois, seus colegas encontraram-na morta no armário da sala de aula. Lee havia tirado a própria vida. Certamente, este trágico acontecimento gerou uma série de protestos dos professores de Ensino Fundamental por toda a Coreia do Sul.


Suicídio de professora provocou enormes protestos em Seul. Reprodução: News1/via BBC
Suicídio de professora provocou enormes protestos em Seul. Reprodução: News1/via BBC

De acordo com seus relatos, os professores são alvos frequentes de assédio por parte de pais autoritários, que os contatam a qualquer momento do dia, inclusive nos finais de semana, com reclamações injustas e incessantes. Por isso, os professores também solicitaram medidas para reforçar a execução de sua autoridade, que, segundo eles, tem sido minada ao longo dos anos.

Uma resposta às tragédias escolares

Enquanto a polícia investigava o caso, surgiram alegações de que Lee estava sob imenso estresse devido às queixas maliciosas dos pais sobre a violência escolar, uma afirmação que a escola negou. Consequentemente, o governo tomou medidas para restaurar os direitos dos professores.

Analogamente, a Assembleia Nacional aprovou cinco projetos de lei com foco nas escolas, desenvolvidos com o objetivo de reforçar a autoridade dos professores na escola, bem como disciplinar os alunos e definir melhor o alcance da interferência dos pais.

Foto destaque: Portão da frente da Escola Primária Seoi, no sul de Seul, com mensagens de condolências em homenagem a professora. Reprodução / Yonhap

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