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Corte Constitucional avança no julgamento de impeachment na Coreia do Sul

Corte Constitucional avança no julgamento de impeachment na Coreia do Sul

Impeachment do presidente Yoon Suk Yeol avança com audiências sobre lei marcial e debates sobre legalidade na Coreia do Sul

A Corte Constitucional da Coreia do Sul deu início ao julgamento de impeachment do presidente Yoon Suk Yeol, acusado de abusos relacionados à declaração de lei marcial em dezembro. A primeira audiência preparatória ocorreu na sexta-feira, com a presença da defesa. O processo busca analisar a legalidade da medida e possíveis violações constitucionais. O próximo encontro está marcado para 3 de janeiro. A investigação também inclui ações do ex-ministro da Defesa.

A equipe jurídica de Yoon Suk Yeol questiona a validade da moção de impeachment aprovada pela Assembleia Nacional. A defesa alega falhas processuais e afirma que as ações do presidente não justificam sua destituição. Do outro lado, os parlamentares apresentaram provas e testemunhas para sustentar as acusações. Entre os investigados está o ex-ministro da Defesa, acusado de abuso de poder. O caso pode influenciar profundamente a política sul-coreana.

Detalhes estratégicos da defesa e avanços na investigação

Dois juízes foram designados para supervisionar o caso: Lee Mi-son e Cheong Hyung-sik, que conduzem as audiências preparatórias e organizam o andamento do julgamento. A defesa do presidente Yoon Suk Yeol, composta por advogados experientes, inclui figuras como Bae Bo-yoon, ex-pesquisador da Corte Constitucional, e Bae Jin-han, ex-colega de Yoon, reforçando a linha de defesa contra as acusações.

A equipe jurídica foi alvo de críticas por atrasar a entrega de documentos e a apresentação de uma procuração, o que ocorreu 13 dias após a aprovação da moção de impeachment. Apesar disso, a defesa negou qualquer intenção de retardar o julgamento, argumentando falhas processuais da Corte Constitucional na entrega de notificações.

No âmbito investigativo, o Escritório de Investigação de Corrupção para Altos Funcionários (CIO) emitiu uma terceira intimação ao presidente, apontando que este é o limite antes de solicitar um mandado de prisão. Ao mesmo tempo, buscas em locais como a casa segura presidencial e o Serviço de Segurança não obtiveram sucesso, dificultando a coleta de provas como imagens de câmeras de segurança.


Deputado Jung Chung rae e presidente do comitê legislativo e judiciário, deixam o Tribunal Constitucional em Seul
Deputado Jung Chung rae e presidente do comitê legislativo e judiciário, deixam o Tribunal Constitucional em Seul. (Foto: divulgação/Yonhap)

Audiências destacam divergências entre defesa e acusação

Na primeira audiência preparatória, realizada na sexta-feira, representantes de Yoon e da Assembleia Nacional apresentaram seus argumentos iniciais. A defesa do presidente centrou-se em questionar a legalidade da moção de impeachment e apontar supostas falhas na entrega de documentos pela Corte Constitucional. Já a acusação solicitou documentos adicionais e listou 15 testemunhas, incluindo figuras-chave do governo, para reforçar suas alegações.

A defesa sustentou que a declaração de lei marcial, ocorrida em 3 de dezembro, não violou a Constituição nem outras leis vigentes. Segundo os advogados, mesmo que houvesse irregularidades, elas não teriam gravidade suficiente para justificar a destituição do presidente. A equipe jurídica também destacou que a ausência inicial de documentos não deve ser interpretada como uma tentativa de atrasar o julgamento.

Do lado da acusação, a Assembleia Nacional argumentou que a lei marcial foi uma medida inconstitucional, planejada para suprimir opositores e interferir no funcionamento democrático do país. Os parlamentares pediram que a Corte Constitucional analise registros militares, documentos confidenciais e depoimentos que possam comprovar abuso de poder. A tensão entre as partes evidencia a complexidade do caso e os desafios do julgamento.

Ex-ministro da Defesa sob investigação intensa

O ex-ministro da Defesa, Kim Yong-hyun, enfrenta graves acusações relacionadas à imposição da lei marcial em dezembro. Ele foi indiciado por insurreição, abuso de poder e obstrução da justiça, sendo apontado como um dos principais articuladores da medida. Kim teria ordenado a mobilização de tropas para bloquear a Assembleia Nacional e impedir que revogassem o decreto de lei marcial.

Durante as investigações, promotores identificaram ações coordenadas entre Kim e outras autoridades para sustentar a declaração da lei marcial. A polícia realizou buscas em locais estratégicos, como o Serviço de Segurança Presidencial e residências oficiais, para coletar provas. A apreensão de imagens de segurança está no centro da apuração, mas enfrentou resistência legal.

Embora Kim já tenha sido formalmente acusado, o impacto político do caso ainda está se desenrolando. Sua conexão com o presidente Yoon Suk Yeol coloca pressão sobre a equipe jurídica do governo. Além disso, a acusação de que a lei marcial foi usada para consolidar poder levanta questões sobre integridade democrática e respeito às instituições na Coreia do Sul.

Investigação do CIO pode levar a novas ações legais

O Escritório de Investigação de Corrupção para Altos Funcionários (CIO) mantém foco nas ações do presidente Yoon Suk Yeol em relação à declaração de lei marcial. Yoon foi intimado pela terceira vez para comparecer ao CIO, mas sua equipe jurídica indicou que dará prioridade ao julgamento de impeachment. Caso ele ignore novamente a intimação, a emissão de um mandado de prisão é uma possibilidade concreta.

A defesa de Yoon argumenta que as acusações de traição e abuso de poder ligadas à lei marcial carecem de fundamento legal. Enquanto isso, o CIO, junto com outras entidades investigativas, busca documentos e depoimentos para reforçar as acusações. A equipe jurídica do presidente critica a abordagem do CIO, apontando possíveis excessos processuais que prejudicariam sua estratégia de defesa.

O desdobramento do caso também depende de buscas por informações em locais estratégicos, como a casa segura presidencial. Reuniões envolvendo autoridades militares e policiais antes da declaração de lei marcial são alvos centrais da investigação. À medida que o julgamento e as investigações avançam, o futuro político de Yoon Suk Yeol e a estabilidade institucional da Coreia do Sul permanecem incertos.

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Foto Destaque: Juízes Cheong Hyung-sik e Lee Mi-son no tribunal para presidir a primeira audiência preparatória para o julgamento de impeachment do presidente Yoon Suk Yeol. Divulgação/Yonhap

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