Crimes imitadores cresce após série de ataques violentos
Governo sul-coreano quer introduzir a pena de prisão perpétua para infratores que cometerem crimes graves.
Uma série de crimes imitadores e postagens on-line ameaçadoras de ataques semelhantes vem surgindo em toda a Coreia do Sul após esfaqueamentos violentos na estação de Sillim, no sul de Seul, e em uma loja de departamentos em Seongnam, Gyeonggi Província.
Na noite de quinta-feira, um jovem de 22 anos de sobrenome Choi atropelou pedestres com um veículo do lado de fora de uma loja de departamentos próximo a estação Seohyeon em Seongnam, província de Gyeonggi, e depois atacou as pessoas que estavam na loja com uma faca. O ataque deixou 14 pessoas feridas, duas delas em estado crítico e com risco de morte cerebral, segundo um relatório divulgado pelos bombeiros, nesta sexta-feira.
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O ataque é semelhante ao esfaqueamento que aconteceu no mês passado fora da estação de Sillim, no sul de Seul, onde um homem de 33 anos de sobrenome Cho atacou quatro homens com uma faca, matando um e ferindo três.
Esses incidentes resultaram em um padrão preocupante de episódios violentos semelhantes e ameaças online de ataques de imitação.
Na sexta-feira (28), um homem não identificado de quase 20 anos esfaqueou um professor do ensino médio várias vezes no rosto e no peito em uma escola no distrito de Daedeok, em Daejeon, 139 quilômetros ao sul de Seul. O suspeito teria entrado pelo portão da frente depois de se apresentar como um aluno da escola e procurou a vítima na sala dos professores. Após o ataque, o professor fugiu para um escritório administrativo e chamou a polícia, enquanto o suspeito fugiu.
A polícia prendeu o suspeito, identificado como um ex-aluno da vítima, a sete a oito quilômetros de onde o ataque ocorreu cerca de duas horas depois, ainda se está investigando seus motivos. A vítima foi transferida para um hospital em estado inconsciente e passou por cirurgia.
Em um outro incidente, onde um homem também armado com uma faca na casa dos 20 anos foi detido no andar térreo do Terminal Rodoviário Expresso de Seul, no distrito de Seocho, na sexta-feira. De acordo com a Delegacia de Seocho, a polícia recebeu uma denúncia sobre ele às 10h39, o homem foi preso, o mesmo estava portando duas facas de cozinha no primeiro andar do terminal, cerca de seis minutos depois. Nenhuma vítima foi relatada.
Atualmente a polícia está investigando 11 postagens feitas na comunidade online DC Inside e através do Telegram Messenger, onde os usuários vem explicitamente ameaçando realizar ataques semelhantes, uma tentativa de imitar as recente onda de esfaqueamentos.
As ameaças, vem detalhando a hora pretendida e a localização de possíveis novos ataques, gera medo para a população, pois a forma mais rápida que as postagens vem se espalhando é online por meio de capturas de tela.
Os locais dos ataques avisados são principalmente em estações de metrô em Busan, Seul e cidades na província de Gyeonggi, próximo do último local do ataque de quinta-feira.
Mesmo que algumas das postagens tenham sido excluídas na tarde de sexta-feira, o medo da população vem crescendo à medida que as capturas de tela das postagens se espalham online.
As patrulhas policiais aumentaram nas áreas especificadas, funcionários de emergência adicionais e serviços de ambulância de prontidão foram convocados para esses locais, caso crimes imitadores aconteça novamente. Respondendo à série de crimes, a polícia e o Ministério da Justiça declararam que irão tomar medidas severas contra crimes graves.
O comissário da Agência Nacional de Polícia da Coreia, general Yoon Hee-keun, fez uma declaração à nação na sede da agência em Seul, na sexta-feira, onde dizia “policiamento especial contra crimes graves até que as preocupações das pessoas diminuam“.
Yoon pediu para que os policiais utilizassem armas de fogo e choque contra os culpados nas cenas de violência e disse que a polícia irá rastrear e punir severamente aqueles que postarem ameaças online que anunciam crimes imitadores. O Ministério da Justiça também anunciou, sexta-feira, que vai considerar em ter a pena de prisão perpétua sem liberdade condicional para os infratores de crimes graves.
De acordo com a lei atual, pessoas que cumprem penas de prisão por mais de 20 anos depois de receber sentenças de prisão perpétua e prisioneiros modelo que cumprem mais de um terço de suas penas são elegíveis para liberdade condicional.
Foto destaque: Comissário da Agência Nacional de Polícia da Coreia, general Yoon Hee-keun. (Reprodução/Yonhap)