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Ministério da Cultura compartilha progresso na investigação após críticas de campeã olímpica

Possível desfalque e má gestão foram identificados em investigação feita pelo Ministério da Cultura sobre a Associação Coreana de Badminton

Após as alegações da medalhista olímpica An Se-young, o Ministério da Cultura revelou na última terça-feira (11), várias inconsistências depois de realizar uma investigação na Associação Coreana de Badminton. Entre os problemas divulgados em um relatório, está um possível desfalque que teria sido realizado pelo presidente da associação, Kim Taek-gyu.

A atleta, que conquistou sua medalha nas Olimpíadas de Paris 2024, causou um grande impacto ao anunciar sua intenção de deixar a equipe nacional. An Se-young mencionou, por exemplo, o manejo inadequado da sua lesão no joelho pela equipe.

Além disso, também criticou as políticas restritivas da Associação. Essas regras incluem tanto a limitação de jogadores não representantes nacionais de competirem internacionalmente quanto a exigência de uso de equipamentos fornecidos pelos patrocinadores da Associação, em vez de autorizar patrocínios pessoais.

Em resposta a essas alegações, o Ministério formou imediatamente uma equipe investigativa após as Olimpíadas. Liderada por Lee Jung-woo, diretor-geral do Departamento de Esportes do Ministério, a equipe tem analisado as operações e políticas gerais da instituição: “A entrevista de An durante as Olimpíadas destacou práticas ultrapassadas no mundo dos esportes”, disse Lee durante uma coletiva de imprensa sobre a investigação no Edifício Anexo do Complexo Governamental de Seul, na terça-feira.

“Formamos uma equipe investigativa imediatamente depois e coletamos opiniões de 22 atletas da equipe nacional (de um total de 48 devido a problemas de agenda). Eles expressaram preocupações relacionadas ao gerenciamento de lesões, uso obrigatório dos equipamentos dos patrocinadores, condições dos centros de treinamento dos atletas e restrições às competições internacionais.”, declarou Lee Jung-woo, diretor-geral do Departamento de Esportes do Ministério.


Kim Taek-gyu, presidente da Associação Coreana de Badminton. Reprodução/Yonhap

Avanços da Investigação

Um dos problemas urgentes descobertos na investigação, segundo o ministério, foi o alegado desfalque e quebra de confiança por parte do presidente da associação. Em 2023, Kim teria organizado um acordo secreto no valor de 150 milhões de won (US$ 111.618) com um patrocinador para garantir mercadorias adicionais, que foram distribuídas para associações regionais de badminton afiliadas a ele.

Um arranjo similar teria ocorrido também em 2024, envolvendo mercadorias no valor de 140 milhões fornecidas por patrocinadores. Esses itens foram distribuídos pela Associação ou utilizados como presentes em reuniões de assembleias gerais, o que é uma violação das diretrizes dos programas auxiliares.

O ministério está agora revisando o uso desses fundos e exigindo que a Associação Coreana de Badminton apresente a documentação que explique essa distribuição: “A Associação violou a lei que rege a gestão de subsídios e há possibilidade de desfalque e quebra de confiança”, disse Lee. “Já apresentamos uma denúncia às autoridades e forneceremos evidências adicionais assim que a investigação for concluída.”

Sobre a questão, Lee Jung-woo comentou: “A maioria dos atletas da equipe nacional entrevistados disse que prefere usar seu próprio equipamento, especialmente quando isso afeta seu desempenho”. Além disso, o diretor-geral também acrescentou que outras grandes associações de badminton em países como os EUA, Japão e França funcionam de maneira diferente, permitindo que os atletas tenham mais liberdade na escolha de equipamentos relacionados ao desempenho.

Já sobre a política da associação que impede jogadores não integrantes da equipe nacional de participarem de eventos internacionais sancionados pela Federação Mundial de Badminton (WBF), o ministério observou que essa restrição limita as oportunidades profissionais dos atletas e manifestou a intenção de recomendar a abolição da regra. A investigação também levantou questões sobre a equidade do processo de seleção da equipe nacional.

Enquanto os jogadores de simples são escolhidos exclusivamente com base no desempenho, os jogadores de duplas são atualmente avaliados 70% pelo desempenho e 30% por avaliações de um comitê de seleção, o que pode ser subjetivo. Considerando que isso difere do que é feito na maior parte dos esportes olímpicos é mais uma regra que deve ser alterada após o fim das investigações. E para finalizar a sessão, o Ministério da Cultura se comprometeu a corrigir essas injustiças e garantir que a associação atenda bem aos atletas e treinadores daqui em diante. Um relatório final é esperado até o final do mês, o que dará maior perspectiva para o futuro dos atletas de badminton na Coreia do Sul.

Foto Destaque: An Se-young durante Olímpiadas de Paris 2024. Reprodução/Olímpiadas

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