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Um terço da população idosa da Coreia do Sul vive em abandono

Isolamento social e inseguranças financeira estão se tornando realidades comuns para muitos idosos na Coreia do Sul

A Coreia do Sul ocupa o terceiro lugar entre os países com a maior expectativa de vida do mundo, atrás apenas de Hong Kong (1º lugar) e do Japão (2º lugar). Entre 1990 e 2024, a expectativa de vida dos sul-coreanos aumentou de 70,34 para 83,64 anos. No entanto, o contraste entre a alta longevidade e a baixa natalidade do país resulta em uma sociedade super-envelhecida. À medida que a população envelhece rapidamente, os mais velhos se tornam gerações esquecidas, cada vez mais expostas a vulnerabilidades sociais. Segundo dados de uma pesquisa divulgada pelo Statistics Korea nesta quinta-feira (26), um em cada três idosos no país vive sozinho e não tem ninguém com quem conversar.

O estudo revela que 32,6% dos idosos que vivem de forma independente não têm companhia alguma, e 34,8% afirmam não ter com quem contar quando estão doentes ou até mesmo quando precisam de ajuda com tarefas domésticas. Além disso, 71% desse grupo não têm ninguém para oferecer suporte financeiro, o que torna a faixa etária mais suscetível à pobreza. Cerca de 55,8% dos idosos não se sentem seguros em relação ao futuro, e 50% deles vivem dependentes de pensões e auxílios oferecidos pelo governo. Em termos de qualidade de vida, 47,8% dos idosos se disseram insatisfeitos com sua renda atual. As mulheres constituem 69% desse grupo e 40,3% têm mais de 70 anos.


Idosa sul-coreana após um dia coletando papelão, latas e outros matérias recicláveis. Foto de Yejin Jo. Reprodução/ Global Reporting Program


Apesar das iniciativas sociais destinadas a apoiá-los, o governo ainda enfrenta desafios para garantir o bem-estar da população mais velha e muitos enfrentam um futuro incerto após a morte de cônjuges ou parentes. Essa realidade os leva a viver em isolamento, seja por falta de opções ou por decisão própria daqueles que têm aversão à ideia de se tornarem um “fardo” para filhos e família.  Com dificuldade em encontrar emprego, especialmente devido à idade avançada, muitos recorrem a trabalhos manuais e desgastantes.

A fragilidade da saúde física e mental desses idosos intensifica a preocupação constante com o futuro, especialmente com o que acontecerá após sua morte e temem os altos custos dos serviços funerários e dos rituais tradicionais. Atualmente, a terceira idade representa 19,2% da população da Coreia do Sul, e essa porcentagem deve atingir 20% até 2025. Além disso, estima-se que, em 2072, quase metade da população coreana será composta por pessoas idosas.

Foto Destaque: Grupo de idosos sul-coreanos sentados durante um evento. Imagem: Reprodução/South China Morning Post

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