Turistas chineses são forçados a fazer compras na Coreia
Turistas chineses chegam a chorar após serem coagidos a gastar ou participar de pacotes extras
Turistas chineses vão à Coreia do Sul mediante pacotes turísticos e o fazem em grupos. Entretanto, conduzem eles a lojas locais, sendo pressionados por guias de viagem a comprar, mesmo que não queiram. Bem como são coagidos adquirirem programas turísticos opcionais. Essa afirmação foi feita por um parlamentar na quarta-feira (18).
Kim Seung-su é do Partido do Poder Popular, da Coreia. Ele conseguiu, junto à Organização de Turismo da Coreia (KTO), documentos reveladores. Estes relatam 24 casos de turistas chineses em grupo coagidos por guias turísticos coreanos. Nesses casos, eles os obrigaram a fazer compras ou escolher programas turísticos opcionais. Isto aconteceu entre 2017 e setembro deste ano.
Os relatórios indicam que forçaram alguns turistas a comprarem produtos de cosméticos, suplementos nutricionais e itens duty-free.
O que dizem as vítimas
Um relatório de um viajante chinês descreve: “O guia e o líder da excursão nos levaram a uma loja de ginseng em Seul. Eles nos conduziram a uma sala, trancaram a porta e bloquearam a entrada”. Adicionalmente, o grupo foi encaminhado a outras duas lojas em locais remotos, onde alguns dos vendedores eram chineses.
Em outro relatório diz “não permitiam que o grupo saísse da loja a menos que fizéssemos compras” e atingissem sua “cota de vendas designada”.
Alguns guias chegaram a zombar dos turistas chineses que se recusaram a fazer compras. Bem como, alegando que as compras faziam parte do programa turístico “solicitado pelo governo coreano.”
Outros exigiram que os turistas chineses pagassem e participassem de uma “atividade turística opcional”. Logo depois, cobravam 400 yuan chinês (US$ 54) por resistirem às compras forçadas. Caso contrário, teriam que pagar uma multa de 1.500 yuan (US$ 200) como penalização por “sair do cronograma”. A maioria optou pelo programa “opcional” de menor custo.
A China proibiu excursões em grupo para a Coreia após a implantação de um sistema de defesa antimísseis dos EUA. Isso foi em março de 2017. Enfim, a proibição foi suspensa em agosto deste ano. Assim encerrando um hiato de seis anos e elevando as esperanças do retorno dos turistas chineses. Estes que representaram a maioria dos visitantes à Coreia.
Contexto da ocorrência
Os chineses que enfrentaram essas práticas presumivelmente visitaram o país com vistos de turista individuais. Do mesmo modo, adquiriram programas turísticos em grupo, por meio de aplicativos como o WeChat. De acordo com a KTO, mais de 17 milhões de chineses visitaram a Coreia desde 2017.
O número de visitantes chineses aumentou devido à flexibilização das regulamentações de viagem. De antemão, Park In-sook, presidente da Associação de Guias Turísticos da Coreia (KOTGA), fez um alerta. “A má conduta da indústria focada apenas em lucro ao longo de anos desempenha um papel crítico na ruína da imagem do país”. Em suma, advertiu que isso pode prejudicar gravemente a indústria a longo prazo.
Por outro lado, Kim instou a indústria a redobrar esforços para corrigir isto. Propôs um sistema de certificação para controlar a qualidade dos programas turísticos na Coreia.
Em setembro, a Associação de Agentes de Viagens da Coreia (KATA) reuniu agências locais responsáveis por excursões em grupo chinesas. Imediatamente realizou uma reunião para combater as práticas de compra forçada.
No entanto, Park acredita que ações lideradas pelo governo são necessárias. Ela disse: “As autoridades de viagens devem estabelecer diretrizes detalhadas e específicas contra as práticas comerciais injustas da indústria, como compras forçadas, e usar o poder administrativo para punir os infratores.”
O Ministério da Cultura, Esportes e Turismo anunciou planos no mês passado para combater as práticas comerciais injustas da indústria. Incluindo o excesso de cobranças aos turistas, o pagamento insuficiente aos do setor de turismo e a pressão sobre os turistas para fazer compras. Em resposta às crescentes críticas à prática de compras forçadas na indústria, o ministério planeja criar um centro de denúncias. O seu objetivo será monitorar tais práticas inadequadas.
Foto destaque: Grupo de turistas chineses chega ao Aeroporto Internacional de Incheon – reprodução/The Korean Times