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Sanções para proibição de carne de cachorro provocam reações

Assembleia Nacional da Coreia do Sul aprova proibição histórica de carne de cachorro. Indústria ameaça soltar 2 milhões de cães em protesto

Em uma decisão emblemática, a Assembleia Nacional da Coreia do Sul decretou, nesta terça-feira, o fim definitivo da prática de abate de cães para consumo humano, ao aprovar uma lei especial com penalidades severas para criadores e açougueiros envolvidos. A legislação assim estipula multas substanciais de até 30 milhões de won (cerca de US$ 22.800) e penas de prisão de até três anos para quem for flagrado matando cães para consumo.

Além disso, criadores ilegais enfrentarão uma pena máxima de prisão de dois anos ou multa de até 20 milhões de wons. Em um gesto de transição, criadores de cães e proprietários de restaurantes terão um período de carência de três anos para encerrar completamente suas operações relacionadas à carne de cachorro. Ademais a aplicação das penalidades terá início no início de 2027.

Para garantir assim a efetividade, será obrigatório que criadores registrem seus negócios junto aos governos regionais e municipais, facilitando o acompanhamento das autoridades. A concessão de subsídios visa apoiar a transição desses empreendedores para outras atividades. Importante destacar que clientes que optarem por consumir carne de cachorro não serão alvo de punições.

Esta decisão, que visa erradicar o consumo de carne de cachorro, reflete uma rara convergência bipartidária, com o Partido do Poder do Povo e o principal partido de oposição, o Partido Democrático da Coreia, alinhados na aprovação do projeto. A proibição da carne de cachorro foi uma das promessas da campanha presidencial de Yoon, contando com o forte apoio da primeira-dama Kim Keon Hee.


Ativistas liberando cães do encarceramento (Divulgação/Reprodução: KoreanHerald)


Dados revelam a persistência de práticas controversas

Embora muitos sul-coreanos tenham abandonado a prática de consumir carne de cachorro, dados recentes do governo indicam que aproximadamente 1.150 fazendas e 1.600 restaurantes ainda estavam envolvidos na atividade em novembro do ano passado. Distribuidores e açougues também permaneceram ativos durante o mesmo período.

Uma pesquisa realizada com 2.000 coreanos entre 20 e 69 anos na segunda-feira revelou que 90% dos entrevistados não têm intenção de consumir carne de cachorro. A pesquisa, conduzida pelo grupo local de direitos dos animais Aware, evidenciou que 94,5% dos entrevistados não consumiram carne de cachorro no ano passado. Esse dado indica que apenas uma pequena parcela da população contribui para o consumo dessa carne.

No total, 208 parlamentares votaram a favor do projeto, com apenas 2 abstenções, marcando uma notável concordância entre o partido no poder e a oposição. A legislação agora aguarda aprovação final do presidente Yoon Suk Yeol e do gabinete para se tornar lei.

Pesquisa indica maioria desfavorável

Pesquisa Aware, realizada de 12 a 17 de dezembro com 2.000 adultos, destaca forte rejeição à carne de cachorro na população. Surpreendentemente, 93,4% dos entrevistados afirmaram não ter intenção de consumir carne de cachorro no futuro, representando um aumento em relação ao ano anterior, quando esse número era de 88,6%.

Ademais pesquisa ressaltou que a aversão à carne de cachorro é generalizada, atingindo tanto donos de animais de estimação (94,7%) quanto aqueles sem animais (92,7%).

Esses números indicam uma rejeição significativa à prática, destacando uma postura comum independentemente da posse de animais de estimação.

Ao questionar as razões por trás dessa decisão, 53,5% citaram uma “repulsa emocional”, enquanto 18,4% discordaram do processo brutal de criação e abate de cães. Outros 7,1% demonstraram estar conscientes da percepção negativa da sociedade em relação à carne de cachorro.


Ativistas protestando contra o consumo de carne de cachorro (Divulgação/Reprodução: KoreanHerald)


Indústria ameaça com liberação de 2 milhões de cães

Ademais em resposta à proibição, a Federação de Carne de Cão, representando a indústria de carne de cachorro, ameaçou realizar um protesto na quinta-feira, prometendo soltar 2 milhões de cães em torno do escritório presidencial em Yongsan-gu, Seul. Este grupo, composto por operadores de fazendas e donos de restaurantes, planeja realizar o protesto em frente ao Memorial da Guerra da Coreia, expressando sua oposição à proibição proposta pelo governo.

Assim a legislação em discussão visa banir a venda de carne de cachorro até 2027, período coincidente com o término do mandato do presidente Yoon. Se aprovada na Assembleia Nacional, aqueles na indústria de carne de cachorro receberão um período de carência de três anos.

A controvérsia gerada pela iniciativa do governo, apoiada vigorosamente pela primeira-dama Kim Keon Hee, ressalta as divergências na sociedade sul-coreana. Embora o consumo de carne de cachorro não seja comum, a ausência de restrições legais até o momento torna essa proibição uma mudança significativa.

Foto destacada: Protestos contra o consumo de carne de cachorro (Divulgação/Reprodução: KoreanHerald)

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