Professora de educação especial morre de exaustão na Coreia
Docente de educação especial, de 30 anos, é encontrada morta após carga excessiva de trabalho na Coreia do Sul
Na última quinta-feira (24), de acordo com a polícia local, uma professora do ensino fundamental, de 30 anos, foi encontrada morta por volta das 20h na cidade de Incheon, na Coreia do Sul. Segundo relatos, a professora sofria de sobrecarga de trabalho, reclamações de pais de seus alunos e agressões na escola onde lecionava para estudantes com condições especiais em sala superlotada.
Após apuração da polícia de Incheon sobre o caso, as autoridades constataram que não há sinais de violência ou tentativa de homicídio: “Não há indícios de crime, mas a causa exata da morte ainda está sob investigação”, afirmam os responsáveis pelo caso. Profissionais da educação especial solicitam melhorias nas estruturas disponíveis para os professores e apoio à educação especial.
A Federação Coreana de Associações de Professores e o Sindicato dos Professores de Incheon expressaram seus sentimentos e solicitaram uma investigação detalhada sobre o caso. Segundo representantes da Federação e do Sindicato, a vítima do caso já havia solicitado às autoridades da educação a abertura de uma nova turma de educação especial para atender a demanda de sua escola.
Sobrecarga, abusos e agressões
Conforme relatos de colegas, a professora era responsável por uma turma com 8 alunos com necessidades especiais, sendo 4 deles com deficiências graves. A educadora enfrentava episódios de confrontos físicos com os alunos. Em alguns desses casos de agressão, a professora precisou de atendimento médico devido às agressões sofridas. No entanto, pela ausência de substitutos, seguiu seu tratamento enquanto ministrava as aulas.
De acordo com outros profissionais da escola, havia duas turmas dedicadas à educação especial, mas uma foi fechada pela administração escolar. Devido ao fechamento da outra turma, a docente ficou com uma turma de 6 alunos. No início de 2024, mais dois novos foram adicionados à sua sala. Além dos alunos que atendia em sala de aula, a professora também fazia acompanhamento dos alunos especiais que eram integrados a sala de aula regular. Além da sobrecarga e agressões, a professora também era alvo de reclamações dos pais.
Normas sul-coreanas para educação especial
Segundo as leis coreanas, a educação especial requer plano individual de educação de acordo com as necessidades de cada aluno. As autoridades também incentivam a integração de alunos a educação regular, com alunos sem necessidades especiais. Mas devido a gravidade de algumas deficiências, é necessário um atendimento prioritário e individual para alguns alunos, já que o processo pode demandar muito tempo e dedicação. De acordo com a lei, uma turma com alunos especiais deve ter no máximo 4 alunos para que o professor consiga atender a demanda de cada um.
Foto Destaque: Sala de aula vazia. Reprodução/Yahoo/Via Yandex