Presidente do Grupo SK contesta decisão judicial sobre seu divórcio
Chey Tae-won, presidente do Grupo SK, alega “erro crítico” em decisão judicial de divisão de bens após seu divórcio
Chey Tae-won, presidente do Grupo SK, anunciou nesta segunda-feira (17) que decidiu apelar ao Supremo Tribunal Federal contra a decisão de divórcio que ameaça sua posição no conglomerado de telecomunicações e energia. Ele alegou que houve um “erro crítico” no cálculo da contribuição de sua ex-esposa, Roh So-young, para o crescimento do grupo. No mês passado, um tribunal de apelação ordenou que Chey pagasse 1,38 trilhões de won (cerca de US$1 bilhão) a Roh, filha do ex-presidente Roh Tae-woo. O casal, que se casou em 1988, tem três filhos. O tribunal determinou que a propriedade conjunta de Chey e Roh valia 4 trilhões de won, divididos em 65% para Chey e 35% para Roh.
“Embora devamos respeitar a decisão judicial, decidi apelar por algumas razões”, disse Chey em uma coletiva de imprensa. “Há um erro claro e objetivo no cálculo da divisão de propriedades”, disse Chey. Ele destacou que o erro era “crítico”, pois envolvia se suas ações estavam sujeitas à divisão e quanto valiam. Chey também criticou a declaração do tribunal de que o Grupo SK cresceu com fundos ilegais da administração Roh e seus privilégios. “A decisão prejudicou a reputação e o orgulho de todos os membros do Grupo SK, bem como o meu”, acrescentou. A avaliação sugeriu que tanto o presidente como sua ex-esposa fizeram contribuições substanciais para o crescimento da empresa.
Chey contesta avaliação judicial das ações
O Grupo SK argumentou que o tribunal errou ao calcular o valor das ações da Korea Telecom, predecessora da SK C&C, agora renomeada SK Inc., a holding do grupo. Chey comprou 700.000 ações da Korea Telecom em 1994, usando dinheiro de seu pai, como parte do plano de transição de poder do grupo.
O tribunal avaliou as ações da Korea Telecom em 8 won em 1994, 100 won em 1998 (ano da morte do pai de Chey) e 35.650 won em 2009, quando a SK C&C foi listada, atribuindo um aumento de 355 vezes no valor de mercado às contribuições de Chey e Roh. Contudo, o Grupo SK afirmou que o valor em 1998 deveria ser 1.000 won, considerando duas divisões de ações em 2007 e 2009. Eles ainda contestaram que o valor das ações da SK C&C subiu apenas 35,5 vezes no período de nove anos.
Posteriormente, a empresa alegou que o tribunal subestimou a parte da herança de Chey e superestimou seu papel subsequente com base em conclusões errôneas. Em consequência, isso também afetou a taxa de divisão. “É necessário reformular as conclusões após corrigir o erro fatal”, disse a empresa. Aceitando o ponto de vista de Chey, o Tribunal Superior de Seul decidiu revisar sua decisão escrita para corrigir o preço em questão. Sendo assim, decidiram alterar o valor de 100 won para 1.000 won, mas mantendo o valor da divisão de propriedade inalterado.
Pedido de desculpas e impacto judicial
Chey participou de um evento de imprensa relacionado ao caso após a decisão do tribunal em 30 de maio. Ele disse que compareceu para fazer um pedido de desculpas público em pessoa, seguindo o primeiro pedido em 3 de junho. “Peço desculpas pelo transtorno que meu problema pessoal causou ao povo coreano”, afirmou. “Achei que era certo me desculpar pessoalmente”.
Além disso, Chey também expressou sua confiança na capacidade do Grupo SK de evitar que o caso se transforme em uma disputa de gestão ou em possíveis tentativas de aquisição hostil. “Superamos muitos momentos difíceis”, disse ele. “Acho que devemos tentar evitar que este caso se torne uma crise de fusão e aquisição hostil. Mas, mesmo que isso aconteça, acho que temos a capacidade de impedir”.
Ademais, se o valor for dividido conforme determinado pelo tribunal de apelação, isso pode abalar a governança do Grupo SK, o segundo maior conglomerado da Coreia. Isso porque Chey poderá ter que levantar dinheiro vendendo sua participação na SK Inc., a holding do Grupo SK, que inclui a SK Telecom Co., SK Innovation Co. e SK Square Co. Chey é o maior acionista da SK, detendo 17,73% das ações, avaliadas em 2,2 trilhões de won, por meio das quais controla outras afiliadas do Grupo SK. “Farei o meu melhor para continuar meu trabalho, apesar da decisão do tribunal”, afirmou.
Ofertas de aquisição hostil
Antes da coletiva de imprensa do grupo na segunda-feira, Chey afirmou que o segundo maior conglomerado da Coreia do Sul está preparado e tem capacidade para se proteger contra tentativas de aquisição, dissipando preocupações de que a disputa de divórcio possa tornar o grupo vulnerável a ameaças de compra hostil.
O veredicto do tribunal de apelação alimentou especulações de que Chey pode precisar vender uma parte significativa de suas ações em unidades do Grupo SK, especialmente na SK Inc., para levantar os fundos necessários ao pagamento determinado à sua ex-esposa. “Temos a capacidade de nos proteger contra aquisições hostis. Vocês não precisam se preocupar”, disse ele aos repórteres sobre o risco de ofertas de aquisição hostis após seu divórcio.
A saber, o presidente Chey entrou com uma ação de divórcio contra Roh em fevereiro de 2018, três anos após confessar ter uma namorada. Em 2019, ela apresentou uma reconvenção exigindo a divisão de bens.
Foto destaque: Presidente do Grupo SK, Chey Tae-won, participa de conferência de imprensa em Seul. Reprodução / Yonhap