Mais de 100 milhões de discos foram vendidos em 2023 na Coreia
As vendas de discos bateram números recordes em 2023. No entanto, também se intensificaram as críticas com relação ao impacto ambiental
Em 2023, os números de venda de discos na Coreia do Sul bateram recordes com mais de 100 milhões de álbuns sendo vendidos no mercado doméstico. Além disso, 29 álbuns alcançaram a marca de 1 milhão de cópias vendidas na primeira semana. Porém, esses números fizeram com que as críticas relacionadas ao impacto ambiental causado por esses discos também se intensificassem. Os CDs de plástico e muitos dos acessórios que acompanham o produto final são os objetos que mais despertam a atenção.
Números impressionantes
De acordo com os dados da Circle Chart, a venda de discos em 2023 (período entre as semanas 1 e 50) chegou ao número de 111.512.375 cópias. Essa marca representa um aumento de 49% na venda de discos em comparação ao ano anterior, que contou com a venda de apenas 77.11 milhões de cópias. Esses números de 2023 também dão continuidade ao movimento crescente de vendas que vem acontecendo na Coreia do Sul nos últimos cinco anos.
Alguns dos principais fatores que contribuíram para esse grande aumento no número de vendas foram as estratégias utilizadas pelas equipes de marketing para engajar o público, sobretudo nos períodos de lançamento dos álbuns. Práticas como a pré -venda e a inclusão de elementos surpresa junto aos discos foram responsáveis pelos números astronômicos de 2023.
Outra razão também está na forma que muitos fandoms (grupo de fãs) têm encontrado para apoiar os artistas que seguem. Muitos fandoms passaram a atrelar o status dos artistas baseando-se no número de venda de discos na semana de lançamento. Foi essa relação que alavancou muitos lançamentos de álbuns.
Os impactos ambientais
No entanto, esse volume gigante de discos circulando se torna prejudicial ao meio ambiente. Muitos fãs compram várias vezes o mesmo álbum na expectativa de encontrar o elemento surpresa que tanto querem. Esses presentes que vêm junto dos discos são distribuídos de forma aleatória e podem ser coisas variadas, desde uma foto até um par de ingressos para um show. Na busca pelo que desejam, os fãs compram diversas cópias e, depois que encontram o querem, descartam as que sobraram.
Em uma tentativa de diminuir os impactos, as agências de K-pop vêm lançando discos eco-friendly (“amigável ao meio ambiente”, em português) em que o conteúdo de áudio é acessado via QR Code. Porém, essa é uma solução que dá conta só de parte do problema, uma vez que todos os adereços, bem como a embalagem continuam sendo comercializados normalmente.
A chefe do Time de Circulação de Recursos da Federação Ambiental de Seul, Park Jeong-eum classificou as vendas de discos em duas categorias.
“Os álbuns podem ser categorizados de duas formas. Existem aqueles destinados à propriedade de fato, e existem aqueles procurados por fãs que buscam algo como uma assinatura ou entradas para um evento. Colecionar álbuns não é um problema, mas sim as campanhas que incentivam fãs a comparem de forma desnecessária”.
Park Jeong-eum
Ela ainda pediu que as agências e gravadoras reavaliem suas práticas e comecem a considerar as consequências para o meio ambiente.
Foto destaque: imagem ilustrativa de disco. Reprodução/ Allkpop