Kim Jong-un ordena que exército se prepare para possível ‘guerra’

No encontro anual do partido, o presidente norte-coreano, Kim Jong-un disse que não negociará e nem tentará reconciliação com a Coreia do Sul, e ordena que exercito de prepare para uma possível guerra

Durante o encontro anual do partido, o líder norte-coreano Kim Jong-un voltou a ameaçar a Coreia do Sul com um ataque nuclear, ele também ordenou que se acelerem os preparativos militares para uma possível guerra que poderia explodir a qualquer momento, segundo informações divulgadas neste domingo (31) pela agência estatal KCNA. O presidente também fez críticas ao Estados Unidos.

Kim fez um discurso no fim de uma reunião de cinco dias do comitê central do Partido dos Trabalhadores da Coreia, um encontro anual que possui o intuito de definir a direção estratégica do país.


Kim Jong-un
O presidente norte-coreano Kim Jong Un em reunião anual do Partido dos Trabalhadores, em Pyongyang, no dia 30 de dezembro (Foto: Reprodução/Reuters)

Durante essa reunião, o partido anunciou os seguintes planos:

  • O lançamento de três novos satélites espiões em 2024.
  • A fabricação de drones.
  • O desenvolvimento das capacidades de guerra eletrônica.

No mês de novembro, o governo da Coreia do Norte fez o lançamento de um satélite militar espião e, desde então, vem afirmando que o equipamento lhe proporcionou imagens de posições militares tanto americanas como sul-coreanos.

Neste ano, também foi realizado um número recorde de testes armamentistas, isso inclui também o lançamento de seu mais poderoso míssil balístico intercontinental (ICBM, na sigla em inglês).

Durante a reunião, o líder norte-coreano acusou os Estados Unidos de apresentarem “vários tipos de ameaça militar” e ordenou que seu Exército monitore de perto a situação de segurança na península e que “responda sempre com uma atitude arrasadora“.

“Uma guerra pode explodir a qualquer momento na península devido aos movimentos temerários dos inimigos para nos invadir”, disse Kim.

Coreia do Sul, Japão e EUA intensificaram a cooperação no quesito de defesa em 2023, devido as crescentes ameaças nucleares e de mísseis por parte do governo norte-coreano. Recentemente esses três países ativaram um sistema que compartilha dados em tempo real dos lançamentos de mísseis norte-coreanos.

No início de dezembro, um submarino americano de propulsão nuclear atracou no porto sul-coreano de Busan, e Washington enviou bombardeiros de longo alcance para executar lançamentos junto com Seul e Tóquio.

Para o governo do Norte, o envio de armas estratégicas, como os bombardeiros B-52, aos exercícios conjuntos na península coreana são consideradas “ações intencionalmente provocadoras dos Estados Unidos para uma guerra nuclear“.

Kim Jong Un fez duras críticas à Coreia do Sul e aos EUA na reunião anual do Partido dos Trabalhadores (Foto: Reprodução/Reuters)

“Devemos responder rápido a uma possível crise nuclear e continuar acelerando os preparativos para pacificar o território inteiro da Coreia do Sul, mobilizando todos os meios físicos e forças, incluindo a nuclear, em caso de emergência”, disse Kim.

Tensão entre as Coreias

Na reunião, Kim disse que vai manter a política de seu país em relação à Coreia do Sul: não vai buscar reconciliação nem reunificação. Ele havia afirmado que existe uma “persistente e incontrolável situação de crise” na península, que, segundo Kim Jong-un, foi desencadeada pelos governos dos EUA e da Coreia do Sul.

As relações entre as Coreias está nos seus piores momentos, principalmente após o Norte lançar um satélite espião que obrigou Seul a suspender parcialmente um acordo militar de 2018 feito para reduzir as tensões na península.

No ano passado, o Norte se auto declarou uma potência nuclear “irreversível” e, posteriormente, incluiu esse status à sua Constituição. O governo da Coreia do Norte afirma que seu programa nuclear é importante para a sua sobrevivência.

O Conselho de Segurança das Nações Unidas já adotou diversas resoluções com o intuito de deter o programas balísticos e nucleares da Coreia do Norte desde o seu primeiro teste nuclear em 2006.

Foto destaque: Presidente da Coreia do Norte, Kim Jong-un (Reprodução/Reuters)

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