Japão é intimado a indenizar “mulheres de conforto” coreanas da era colonial

Japão usou mulheres como “mulheres de conforto” durante o período colonial, mas refuta decisão da Suprema Corte coreana de pagar indenização

O Japão expressou “lamento” pela decisão da Corte de Seul que pede compensação a vítimas coreanas de escravidão sexual. Contudo, a Corte Superior de Seul ordenou o pagamento a cada um dos 16 sobreviventes coreanos. Logo na quinta-feira (23) houve essa reversão em uma decisão anterior. Dessa forma ficou estabelecido o valor de 200 milhões de won, (154 mil dólares) para cada uma das 16 vítimas.

Contudo, o Secretário-Chefe japonês, Matsuno Hirokazu, chamou a decisão de “lamentável e inaceitável”, exigindo que Seul tome “medidas apropriadas”. Ele afirmou que vai contra o direito internacional e o acordo bilateral entre os governos.

Hirokazu destacou a importância da cooperação entre Coreia do Sul e Japão. Primeiramente diante do desafiador ambiente estratégico com os lançamentos de mísseis pela Coreia do Norte. Logo, ele mencionou que os líderes dos dois países têm orientado ativamente as relações e continuarão esforços em várias áreas.

O governo japonês protestou, convocando o embaixador coreano em Tóquio. Dessa forma, instigou a Coreia a tomar medidas contra a suposta violação do direito internacional. O Ministério das Relações Exteriores coreano reiterou seu respeito pelo acordo de 2015. Semelhantemente, ele trata sobre as “mulheres de conforto” como um “acordo oficial”. A princípio, “mulheres de conforto”, foi o nome dado oficialmente às escravas sexuais sul-coreanas.


Vítimas da violência sexual sistemática, as “mulheres de conforto” coreanas eram obrigadas a manter cerca de 50 relações sexuais diariamente. Reprodução/OPERA MUNDI

O desenrolar dessa história

Para começar, em 2015, Seul e Tóquio chegaram a um acordo sobre essa questão. Em suma, ele incluía um pedido de desculpas japonês e um fundo de 1 bilhão de ienes para as vítimas (8,9 milhões de dólares). A Coreia, sob a administração de Moon Jae-in, dissolveu a fundação financiada por Tóquio em 2019, mantendo o acordo.

Em março, a administração de Yoon Suk Yeol afirmou que a Coreia compensaria as vítimas por conta própria. Portanto, os dois países têm trabalhado para superar disputas históricas desde o domínio colonial japonês sobre a Coreia.

Em dezembro de 2016, vítimas e famílias processaram o Japão, mas a corte em Seul rejeitou alegando imunidade soberana japonesa. A última decisão de Seul considerou válida a jurisdição coreana. Consequentemente, afirmou que o Japão cometeu atos ilegais, exigindo compensação pelas vítimas.

Apesar disso, as mídias japonesas relatam que a decisão terá impacto limitado nas relações entre Coreia e Japão, atualmente em melhoria.

Foto destaque: Lee Yong-soo, uma sobrevivente da escravidão sexual japonesa durante a guerra, deixa o Supremo Tribunal de Seul, no sul de Seul, na quinta-feira, depois que o tribunal ordenou que o governo japonês compensasse as vítimas. Reprodução/Korea JoongAnd Daily

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