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aespa no tokyo dome

Fãs pedem mudanças na venda de ingressos de shows

Fãs exigem mudanças no sistema de venda de ingressos para concertos de artistas

Na Coreia do Sul, fãs de diversos artistas estão enfrentando problemas relacionados à compra de ingressos para shows. A indústria musical, como uma medida de evitar a revenda de ingressos de concertos, intensificou a repressão à esse tipo de ação. Entretanto, tal situação desencadeou debates entre o público, que demandam uma abordagem mais voltada para fãs.

Recentemente, um fã de IU expôs os problemas que enfrentou na compra de ingressos para um dos concertos da cantora, que está em turnê com a “2024 IU H.E.R. WORLD TOUR CONCERT”. O fã, que teve problemas na hora de pagar e precisou comprar os ingressos no nome do amigo, teve o ingresso sinalizado como negociação ilegal. Subsequentemente, o fã foi impedido de comparecer ao concerto, não recebeu reembolso e foi expulso do fã-clube da cantora.

Em resposta ao incidente, a agência da artista, EDAM Entertainment, famosa por suas políticas rígidas contra a revenda de ingressos, emitiu uma declaração: “Pedimos sinceras desculpas por qualquer desconforto que possamos ter causado ao fã. Também pedimos desculpas a todos que possam ter enfrentado inconvenientes durante o processo de reserva de ingressos para o concerto… Consideraremos construtivamente as críticas e modificaremos o sistema com base em opiniões diversas.

Debates surgiram sobre as consequências não intencionais das atuais medidas anti-revenda, ressaltando a complexidade dos processos de reserva de ingressos e verificação de identidade, criticados por serem complicados. No entanto, vários fãs argumentam que é comum pedir ajuda de familiares ou amigos ao comprar ingressos de concertos, portanto, não deveria ser considerado ilegal.


Pôster da “2024 IU H.E.R. WORLD TOUR CONCERT“, da cantora IU, em Jacarta, Indonésia. Reprodução/EDAM Entertainment/CK STAR Entertainment

Combate à revenda

Recentemente, uma fã do NCT 127, Park, não conseguiu comprar ingressos para o concerto do grupo, admitindo que considerou comprar ingressos revendidos para poder comparecer ao show. Park comentou que “No final, não recorri à compra de ingressos revendidos. Mas honestamente, acho que é o desejo universal de um fã desesperado querer comparecer ao concerto, mesmo que isso signifique pagar extra.” Tal situação demonstra a exploração de fãs, por parte dos revendedores, resultando em um aumento imparável nos incidentes de revenda.

Nos últimos cinco anos, segundo análise da Comissão Anti-Corrupção e Direitos Civis (ACRC), as reclamações sobre ingressos revendidos têm aumentado consistentemente, totalizando 549 casos. Em resposta, o Ministério da Cultura, Esportes e Turismo recentemente emendou a Lei de Performance Pública, vigente desde 22 de março, para reprimir práticas ilícitas de revenda de ingressos.

As novas regulamentações impõem penalidades aos infratores, incluindo até um ano de prisão ou multas de até 10 milhões de wones (cerca de 38 mil reais).

Entretanto, Yoon Dong-hwan, presidente da Associação da Indústria de Gravadoras da Coreia, expressou críticas quanto ao impacto prático limitado da lei emendada em março de 2024. Além disso, de alertou sobre as ameaças potenciais de revenda para toda a indústria de concertos.

Em comunicado à imprensa, o presidente da associação destacou que “Em relação à emenda de março de 2024 à Lei de Performance Pública, em termos práticos, identificar compras individuais de feitas por revendedores anônimos é quase impossível.”. Ademais, acrescentou que “À medida que os casos de revenda de ingressos continuam a aumentar, também aumentam as práticas fraudulentas associadas a ingressos revendidos.

Sistema de loteria

Com o objetivo de combater de forma eficaz as práticas de revenda, sugeriu-se um sistema de loteria, a exemplo do sistema adotado pelo Japão. Na pesquisa recentemente conduzida pela ACRC, na Coreia do Sul, entre os dias 13 e 19 de março, 87,84% dos 2.352 entrevistados demonstraram confiança na eficácia de um sistema de loteria.


Anúncio da turnê “Follow Again“, do Seventeen, no Japão, em 2024. Reprodução/X/@SEVENTEEN_BRA

Apesar do apoio popular, empresas que adotaram o sistema de loteria enfrentam desafios. A HYBE, por exemplo, enfrenta reclamações de fãs, visto que não podem escolher seus lugares ou receber um reembolso completo se decidirem cancelar.

Foto destaque: Aespa no Tokyo Dome. Reprodução/Instagram/@yeah.itsnice

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