Escolas da Coreia do Sul não possuem alunos suficientes para preencher turmas do primário
O Ministério da Educação anunciou na segunda-feira (26) que um total de 157 escolas primárias da Coreia do Sul não possuem alunos do primeiro ano previstos para ingressar em março. Ainda, segundo o Governo, é esperado que 369.325 crianças se matriculem nas escolas primárias, que consiste em alunos de 7 a 12 anos, abaixo das 369.441 crianças que deveriam iniciar a educação obrigatória pelo estado este ano.
Segundo o Ministério, quase todas as áreas provinciais e metropolitanas da Coreia do Sul tinham pelo menos uma escola primária sem previsão de novos alunos, exceto em Seul, Gwangju, Daejeon, Ulsan e Sejong. A Província de Jeolla do Norte liderou todas as regiões com 34 escolas sem novos alunos ingressantes.
Desde 1970, quando o Governo sul-coreano começou a registrar o número de alunos matriculados, é a primeira vez que esse número fica abaixo de 400 mil. Em 2023, mais de 401 mil novos alunos se matricularam em escolas primárias.
O governo sul-coreano já esperava uma redução no número de novos alunos ingressando na escola primária em 2024, devido ao nascimento de apenas 357 mil crianças em 2017, o ano em que a maioria dos alunos do primeiro ano deste ano nasceu. Isso representa uma queda acentuada em relação à 2016, em que mais de 406 mil bebês nasceram.
A expectativa do Governo é que o número caia ainda mais, visto que a Coreia do Sul vem enfrentando expressivas quedas na natalidade nos últimos anos.
Segundo o relatório da Statistics Korea, publicado em janeiro, o total de 213 mil crianças nasceu entre janeiro e novembro do ano passado, uma queda em relação aos 254 mil nascidos no ano anterior (2022). A queda na natalidade em 2023 marca o oitavo ano consecutivo desde 2015 em que o número diminuiu em comparação com o ano anterior.
No ano passado, a taxa de fertilidade total da Coreia do Sul atingiu uma baixa recorde de 0,72, indicando o número médio de filhos que uma mulher terá ao longo de sua vida. Espera-se que essa taxa caia ainda mais, atingindo 0,68 este ano e diminuindo para 0,65 no próximo ano. Essa tendência sugere uma diminuição contínua na taxa de natalidade, o que pode impactar significativamente o sistema educacional e a sociedade em geral.
Especialistas apontam vários motivos para a queda acentuada da natalidade na Coreia do Sul, como uma cultura de trabalho exigente, estagnação dos salários e aumento expressivo do custo de vida. Além disso, os adultos sul-coreanos estão passando por uma mudança de atitudes em relação ao casamento. Esse fenômeno é especialmente evidente devido ao aumento da desilusão entre as gerações mais jovens e à busca cada vez maior pela igualdade de gênero.
Desde 2000, o governo começou a encorajar as famílias a crescer. Em 2022, o presidente sul-coreano Yoon Suk-yeol confirmou que mais de 200 bilhões de dólares foram gastos tentando aumentar a população.
Entretanto, apesar dos incentivos, a natalidade continua a cair. Devido à queda, escolas de ensino fundamental (e médio) estão fechando em todo o país ou enfrentando a ausência de alunos para preencher as turmas.
Na cidade de Daejeon, tais escolas fechadas se tornaram locais populares para fotógrafos e exploradores locais. Diversas imagens publicadas pela população mostram corredores vazios e pátios de escolas cobertos por grama selvagem.
Foto destaque: alunos da primeira série de escola sul-coreana. Reprodução/Joint Press Corps.
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