COVID-19: Japão pode enfrentar a 10ª onda da doença

A nova variante da COVID-19, JN.1, está se espalhando pelo Japão e o número de casos da doença vêm aumentando gradativamente no país

De acordo com relatórios de diversas organizações de saúde, o Japão pode estar enfrentando a 10ª onda de COVID-19 no país. A JN.1, nova variante do vírus, tem se espalhado rapidamente e, por ser altamente contagiosa, os sinais de alerta foram ligados. Além disso, o número de casos teve um aumento em nove semanas consecutivas, também contribuindo para a consolidação dessa nova onda da doença.

Em maio do ano passado, o Japão rebaixou a COVID-19 para a classe 5 de doenças infecciosas, colocando-a na mesma classificação da influenza sazonal. Além disso, o país também parou de contabilizar todos os casos de infecção e passou a monitorar o quadro geral da doença através de um novo método. Cerca de cinco mil instituições de saúde de lugares de todo o país ficaram responsáveis por reportar os novos casos da doença.


COVID-19
Japão enfrenta nova crise de coronavírus. Reprodução/ Reuters

Números preocupantes

O ministério da saúde revelou que o número de casos por instituição alcançou o número de 12.23 na última semana. Esse valor é 1.4 vezes maior do que o registrado na semana anterior. Ainda, esse aumento do número de casos vem acontecendo desde novembro.

A prefeitura de Ishikawa é um exemplo. Lá, muitos ainda encontram-se em deslocamento (fora de suas casas e em alojamentos) por conta do terremoto que aconteceu em 1º de janeiro na Península de Noto e, mesmo assim, a média de casos de COVID-19 por instituição é 14.33, 1.4 vezes maior do anteriormente.

Por trás desse crescimento elevado do vírus, estão os casos de infecção por JN.1, uma mutação da omicron BA.2.86. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), não existem indícios de que essa nova variante cause sintomas mais graves do que outras. Porém, a OMS e o Instituto Médico da Universidade de Tóquio informam que a JN.1 é capaz de passar mais facilmente pelo sistema imune, o que torna seu contágio mais rápido.

Além disso, dados do Instituto Nacional de Doenças Infecciosas  mostram que a variante JN.1 representa 20% das 194 amostras examinadas por organizações privadas, o que representa a maior parcela observada. A previsão é de que esse valor suba para 43% já no próximo mês.

“JN.1 parece ser mais capaz de vencer a imunidade. Por isso, a situação atual pode ser descrita como a 10a onda de infecções, e espera-se que o número de pessoas infectadas aumente ainda mais devido à disseminação do JN.1… O pico da doença pode ter acabado, mas ela ainda está se espalhando. Eu quero que o público permaneça cauteloso, usando máscaras faciais e lavando as mãos.”

Norio Sugaya, professor de doenças infecciosas da Universidade de Keio

Apesar do crescimento preocupante da JN.1, Sugaya afirma que, baseado em relatos de outros países, é improvável que se veja um aumento no número de mortes por COVID-19. No entanto, ele enfatiza a importância do cuidado, sobretudo para a parcela mais velha da população, que está sujeita a apresentar um quadro mais grave se contrair o vírus.

Foto destaque: imagem ilustrativa referente a variante JN.1. Reprodução / Stockphoto

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