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China deve injetar trilhões na economia

China deve injetar trilhões na economia

Pacote fiscal de 10 trilhões de yuans busca estimular a economia chinesa e poderá ser ampliado dependendo do resultado das eleições nos EUA

A China está prestes a aprovar um ambicioso pacote fiscal que pretende emitir mais de 10 trilhões de yuans (cerca de US$ 1,4 trilhão) em títulos nos próximos anos. O objetivo é impulsionar a economia, afetada pela crise no setor imobiliário e pela crescente dívida pública. O pacote, com previsão de aprovação pelo Comitê Permanente do Congresso Nacional do Povo (NPC) entre os dias 4 e 8 de novembro, pode ainda ser reforçado caso Donald Trump vença as eleições nos Estados Unidos, aumentando a tensão comercial entre as duas nações.

Conforme informações da agência Reuters, a nova proposta inclui 6 trilhões de yuans, obtidos por meio de títulos soberanos especiais. Esse montante representa mais de 8% do PIB chinês, uma medida significativa para conter as dificuldades econômicas que assolam o país, a segunda maior economia do mundo. Além disso, o plano foi elaborado para dar maior flexibilidade ao governo chinês, permitindo ajustes de acordo com o cenário externo, como o resultado da eleição presidencial americana.

Mudança de rota: novo estímulo econômico

A proposta de gastos sinaliza uma mudança na postura de Pequim, que passa a adotar medidas mais agressivas para estimular a economia. No final de setembro, o banco central da China anunciou o pacote de estímulos mais robusto desde a pandemia da COVID-19. Logo depois, o governo chinês indicou a preparação de novos estímulos fiscais, o que gerou especulações nos mercados globais.

Essa nova proposta também busca autorizar a emissão de até 4 trilhões de yuans em títulos de propósito especial, focados em projetos de infraestrutura, além da compra de terrenos e propriedades ociosas nos próximos cinco anos. A iniciativa permite que governos locais aumentem suas cotas de emissão, com valores superiores aos de 2023 e 2024, que somaram 3,8 e 3,9 trilhões de yuans, respectivamente.


Xi Jinping, presidente da China (Foto: reprodução/Aris Messinis/AFP)

Pequim ajusta pacote conforme resultados eleitorais dos EUA

A proximidade do encontro do NPC com as eleições presidenciais dos Estados Unidos oferece à China a oportunidade de adequar o volume total do pacote fiscal, de acordo com o vencedor. Especialistas apontam que a vitória de Trump pode intensificar as sanções comerciais contra o país asiático, e o candidato republicano já sinalizou interesse em elevar tarifas para 60% sobre importações da China.

Caso o Comitê Permanente aprove a emissão total dos títulos de uma só vez, o pacote pode ultrapassar os 10 trilhões de yuans, o que reforçaria o compromisso de Pequim em reverter a desaceleração econômica. No entanto, mesmo com o valor bilionário, o montante continua inferior ao de 2008, quando a China lançou um pacote de estímulo equivalente a 13% do PIB, visando amenizar o impacto da crise financeira global.

Foto destaque: Bandeira da China. Reprodução/Ezreal Zhang/Unsplash/Creative Commons

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