Ceticismo sobre o sistema de pensões cresce entre jovens coreanos
Pesquisa revela que desconfiança crescente entre jovens coreanos impulsiona apoio à abolição do sistema nacional de pensões
Uma pesquisa recente indicou que 30% dos coreanos, com idades entre 18 e 49 anos, defendem a abolição do sistema nacional de pensões. A insatisfação com o sistema reflete não apenas uma desconfiança crescente, mas também o temor de que o fundo se esgote antes de beneficiar as gerações mais jovens. Esse resultado reflete a crescente desconfiança sobre a sustentabilidade do fundo, que deve se esgotar em aproximadamente 30 anos.
Ao serem confrontados com quatro opções para melhorar a saúde financeira do fundo — aumento da taxa de contribuição, redução do peso sobre as gerações futuras, abolição do sistema ou indecisão —, 31,8% dos entrevistados na faixa dos 40 anos escolheram a dissolução. A objeção ao sistema também foi expressiva entre aqueles na faixa dos 30 anos (29%) e entre jovens de 18 a 29 anos (29,4%). Em contraste, as faixas etárias mais velhas, como pessoas nos seus 50 (17,1%), 60 (6,7%) e 70 anos (10,5%) demonstraram menos apoio à abolição.
Além disso, metade dos entrevistados com menos de 49 anos rejeitou a ideia de aumentar a atual taxa de contribuição de 9% para 13%. Por outro lado, entre pessoas acima dos 50 anos, a resistência foi significativamente menor, com 42,5% dos entrevistados na faixa dos 50, 28,5% na dos 60 e apenas 22% entre os de 70 anos se opondo à medida.
O ceticismo em relação ao sistema de pensões entre os jovens contrasta com as opiniões mais favoráveis dos mais velhos. A pesquisa chega em um momento em que o governo está empenhado em reformar o sistema, buscando garantir sua sustentabilidade. No mês passado, o Ministério da Saúde e Bem-Estar anunciou planos para aumentar a taxa de contribuição para 13% e a taxa de substituição da renda de 40% para 42%.
Atualmente, o fundo de pensões da Coreia, um dos maiores do mundo com 1.147 trilhões de won (cerca de US$ 850 bilhões), tem previsão de se esgotar até 2055. A partir de 2041, os pagamentos devem ultrapassar as contribuições, consequência da queda no número de nascimentos, que resulta em menos contribuintes futuros.
A pesquisa também revelou que 55,5% dos participantes acreditam que a prioridade deve ser a solidez financeira do fundo, enquanto 33% preferem focar nos benefícios para os aposentados. O desafio de garantir a sustentabilidade do sistema se torna mais urgente diante de outro dado preocupante: a taxa de pobreza relativa entre coreanos com 66 anos ou mais chegou a 40,4% em 2020, muito acima da média de 14,2% dos países da OCDE.
Foto destaque: Homem contando moedas representando as preocupações com a estabilidade do sistema de pensões. Reprodução/Pixabay